Ação policial em imóveis do Minha Casa no Rio deixa 2.542 alunos sem aula
A operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro em um condomínio do Minha Casa, Minha Vida invadido por traficantes da Pedreira, na zona norte carioca, nesta terça-feira (29), deixou sem aula 2.542 alunos da rede municipal. Foram afetadas seis escolas, duas creches e três EDIs (Espaços de Desenvolvimento Infantil), de acordo com a Secretaria Municipal de Educação. Não houve suspensão de atividades em unidades da rede estadual.
A operação, batizada "Lar Doce Lar", ocorre no conjunto habitacional Haroldo de Andrade, em Barros Filho, onde os policiais cumprem mandados de reintegração de posse. O condomínio foi inaugurado em janeiro do ano passado e, no início de agosto, moradores denunciaram à polícia que traficantes haviam invadido apartamentos e estavam vendendo drogas no local. Pelo menos três pessoas foram presas até o momento. Um suspeito morreu após ser baleado.
A ação ainda não foi concluída e, por isso, a polícia não informou o número de imóveis invadidos. Cerca de 350 policiais participam da diligência, que está lacrando as residências para serem devolvidas à Caixa Econômica Federal. Durante a operação, houve tiroteio e uma pessoa ficou ferida.
As 1.260 unidades, cada uma com 45 metros quadrados, foram destinadas a famílias com renda de até R$ 1.600 que viviam em áreas de risco. Ao todo, foram investidos R$ 65 milhões, sendo R$ 4,3 milhões de contrapartida da Companhia Estadual de Habitação.
Devido às constantes invasões de empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida no Rio, o governo mudou as regras para construção dos novos conjuntos do programa, solicitando estudo prévio do local, para garantir que a região a ser contemplada tenha estruturas de segurança pública, como delegacias e efetivos policiais suficientes.
A Caixa Econômica Federal informou que aguarda documentação das autoridades policiais para identificar as famílias que foram expulsas por criminosos e rescindir esses contratos. Após essa etapa, os beneficiários estarão aptos a receber outras unidades habitacionais, conforme determina a portaria 469/15 do Ministério das Cidades.
Após a rescisão, a Caixa vai comunicar à prefeitura do Rio que o atendimento a esses beneficiários ocorrerá, independentemente do processo de seleção. O banco informou ainda que vai entrar com medida judicial para solicitar a reintegração de todos os imóveis ocupados irregularmente.
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