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Mariana pede que doações sejam enviadas para Belo Horizonte

O empresário Ricardo Nicolau (esq.) arrecadou mais de 500 kg de alimentos no Paraná para doar às vítimas Mariana (MG) - Divulgação/Facebook
O empresário Ricardo Nicolau (esq.) arrecadou mais de 500 kg de alimentos no Paraná para doar às vítimas Mariana (MG) Imagem: Divulgação/Facebook

Vinicius Boreki

Colaboração para o UOL, em Curitiba

17/11/2015 06h01

A Prefeitura de Mariana (MG), cidade atingida pelo rompimento das barragens da Samarco, decidiu que as doações de roupas, mantimentos, água, produtos de higiene e outros objetos devem ser “encaminhadas ao Serviço de Voluntariado da Assistência Social (Servas), em Belo Horizonte”.

Em nota oficial de domingo (15), a prefeitura agradeceu a solidariedade de todo o país e informou que a decisão é para que outras cidades atingidas pela tragédia possam receber donativos, cujo volume tem sido “muito grande”. A prefeitura do município nominou a campanha de “Dividir para Multiplicar”.

Apesar de estar na origem do acidente, outras cidades de Minas Gerais, como Governador Valadares, já foram atingidas pela onda de lama formada pelo rompimento e deve chegar nos próximos dias ao Espírito Santo.

“Serão mantidas as doações em dinheiro em contas abertas para tal, vinculadas à prefeitura de Mariana. Para isso, criaremos um conselho gestor com representantes de diversos setores da sociedade civil para dar total transparência à ação”, completa a nota.

Solidariedade

Um empresário de Curitiba se solidarizou com as ocorrências e resolveu encontrar meios de ajudar. “Já tinha acompanhado o que estava acontecendo em Minas Gerais. Quando descobri que o nome da cidade era o mesmo da minha filha, fiquei ainda mais mexido”, conta Ricardo Nicolau.

Na sequência, ele postou um vídeo no Facebook e, quando percebeu, sua “Corrente do Bem” estava recebendo cobertura da imprensa, doações de empresas e tomando um corpo sem precedentes.

“Honestamente, jamais esperava que chegasse a essa proporção. Hoje, eu consigo acreditar que os brasileiros continuam solidários às tragédias. Minha filha, de 8 anos, também começou a separar as suas roupas para ajudar”, afirma Nicolau.

Somente nesta segunda-feira (16), a campanha recebeu 500 kg de alimentos e muita água e o empresário deve levar os mantimentos e roupas em uma carreta de 17 metros. “Meu estacionamento congestionou de doações”, disse o empresário.

Nicolau deve acompanhar o transporte dos donativos nos cerca de 1.050 quilômetros que separam a capital paranaense da cidade mineira para entregar em mãos os donativos.

“Entrei em contato com a Defesa Civil de Mariana e eles afirmaram que, apesar de as doações estarem suspensas, eles vão receber as da ‘Corrente do Bem’, porque já havia avisado com antecedência”, conta.

“Minha real preocupação é acompanhar o destino do que foi doado. Muitas pessoas saíram de sua área de conforto para participar porque se sensibilizaram”, diz.

E se as doações forem para as outras cidades? “Eu levo para qualquer outro lugar sem problemas, mas a relação entre o nome da cidade e da minha filha é que acendeu esse fogo. Eu só quero garantir que os itens serão entregues a quem precisa”.

Contatos

Se você ficou interessado em participar da “Corrente do Bem”, as doações podem ser feitas até o dia 21 na rua Conselheiro Laurindo, 730, em Curitiba.

Se você quer doar para as cidades atingidas pelo rompimento da barragem, o Serviço de Voluntariado da Assistência Social (Servas) fica na Avenida Cristóvão Colombo, 683, em Belo Horizonte. A entrega das doações pode ser feita das 7 às 19 horas. Mais informações pelo telefone (31) 3349-2400.