Anistia pede mobilização após processo do menino Eduardo ser arquivado no Rio
A Anistia Internacional usou seus perfis nas redes sociais nesta terça-feira (29) para pedir mobilização contra o arquivamento do processo que trata do assassinato de Eduardo de Jesus, 10 anos, no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada nesta semana por desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que decidiram trancar o processo, por dois votos a um. A Anistia marcou um protesto para a tarde desta quarta-feira (30), em frente à sede do Ministério Público do Rio de Janeiro. O objetivo é pressionar o órgão a recorrer da decisão".
Eduardo foi assassinado na porta de casa, em abril de 2015, no Complexo do Alemão, zona norte da cidade. As investigações da Polícia Civil apontaram que o tiro que o atingiu na cabeça foi disparado por policiais militares que estavam em um confronto, e o caso foi considerado legítima defesa.
A família e a Anistia Internacional questionam a versão de que havia tiroteio e afirmam que Eduardo estava sentado na porta de casa esperando a mãe quando foi baleado.
No Facebook e no Twitter, a Anistia Internacional chamou internautas a enviarem e-mails para o procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e para o ministro da Justiça, pedindo que os policiais sejam responsabilizados pela morte.
A Agência Brasil não conseguiu entrar em contato com Terezinha de Jesus, mãe de Eduardo, para comentar a decisão. Na última segunda-feira (28), Terezinha participou do protesto por justiça, após um ano do assassinato de cinco jovens em bairro Costa Barros, também na zona norte. Ao lado de outras mães de vítimas da violência, ela manifestou preocupação com a possibilidade de o caso ser arquivado.
"O caso do meu filho não pode ficar impune. Não posso deixar que esse processo seja arquivado. Tenho que lutar por justiça", disse a mãe de Eduardo, com um cartaz do filho nas mãos.
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro comunicou ontem (29) que vai analisar a possibilidade de recorrer aos tribunais superiores, pedindo a anulação do julgamento que trancou o processo. O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da defensoria está acompanhando o caso.
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