ES não tem margem para aumentar salários, diz secretário de Segurança
O secretário de Segurança do Espírito Santo, André Garcia, disse nesta terça-feira (7) que o Estado não tem margem para aumentar salários de servidores. Uma das reivindicações do movimento que interrompe as atividades de policiais militares desde sábado (4) é justamente um reajuste nos vencimentos da classe.
“O Espírito Santo não é uma ilha. Está num país que está sofrendo com a recessão”, disse Garcia em entrevista ao programa “Brasil Urgente”, da TV Bandeirantes. “A arrecadação no Estado vem caindo. O Estado está organizado do ponto de vista financeiro, mas não tem folga de caixa.”
Segundo o secretário, um eventual aumento salarial depende do comportamento da economia.
“Isso não é uma demanda só de policiais, é do conjunto de servidores”, afirmou.
Garcia voltou a dizer que o movimento é um “vexame” e que “envergonha os bons policiais militares”. O secretário afirmou que o governo conversa com representantes da mobilização para que o protesto seja encerrado ainda hoje.
“Queremos o justo”
Ao UOL, uma parente de um policial que protesta em frente ao quartel central, em Vitória, disse ter participado de uma reunião com o comando da PM, mas que não foi possível chegar a um acordo.
"Disseram que querem a PM na rua hoje, dissemos que isso é impossível. Perguntei, 'o senhor vai mandar a tropa passar por cima da gente?'. Ele disse, 'se for necessário, vou usar a força'."
Segundo ela, um grupo de mulheres também se reuniu com o secretário Garcia. "Queremos o justo, o reajuste desses últimos sete anos, que o hospital da PM volte a funcionar corretamente. Ele está sucateado."
O MP-ES (Ministério Público do Espírito Santo) pediu que a PM coloque as tropas nas ruas já na tarde desta terça (7), sob a advertência de que os militares serão responsabilizados criminalmente caso não cumpram a solicitação.
Entenda a crise no Espírito Santo
No sábado (4), parentes de policiais militares do Espírito Santo montaram acampamento em frente a batalhões da corporação em todo o Estado. Eles reivindicam melhores salários e condições de trabalho para os profissionais. Desde então, sem patrulhamento nas ruas, uma onda de violência tomou diversas cidades.
A Justiça do Espírito Santo declarou ilegal o movimento dos familiares dos PMs. Segundo o desembargador Robson Luiz Albanez, a proibição de saída dos policiais caracteriza uma tentativa de greve por parte deles. A Constituição não permite que militares façam greve. As associações que representam os policiais deverão pagar multa de R$ 100 mil caso a decisão seja descumprida.
A ACS-ES (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Espírito Santo) afirma não ter relação com o movimento. De acordo com o cabo Thiago Bicalho, do 7º Batalhão da Polícia Militar do Estado e diretor Social e de Relações Públicas da associação, os policiais capixabas estão há sete anos sem aumento, e há três anos não se repõe no salário a perda pela inflação.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse, na segunda (6), que militares das Forças Armadas ficarão no Espírito Santo durante o "tempo necessário" para que a ordem no Estado seja restabelecida.
*Colaborou Paula Bianchi, em Vitória
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