Aluno que matou 2 em escola de GO é filho de PMs e usou arma da corporação, diz polícia
O estudante de 14 anos que abriu fogo numa escola em Goiânia nesta sexta-feira (20) é filho de policiais militares e usou a arma da corporação, informou o porta-voz da Polícia Militar, coronel Marcelo Granja. Dois adolescentes morreram e outros quatro ficaram feridos após o garoto sacar uma pistola calibre .40 dentro do Colégio Goyases, no Conjunto Riviera.
As duas vítimas morreram na hora, dentro da escola. O crime aconteceu por volta das 11h40; antes do meio-dia, uma professora ligou para o Corpo de Bombeiros para pedir ajuda.
Segundo a PM, o adolescente abriu fogo dentro da sala de aula em que estuda. Luiz Gonzaga, delegado titular da Depai (Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais), disse, porém, que não tem detalhes de como o crime foi praticado, ou seja, se o rapaz estava na sala de aula e sacou a arma ou se ele entrou já com a pistola em mãos. “Vamos ouvir os policiais que atenderam a ocorrência e as testemunhas”, diz Gonzaga.
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O atirador é estudante do 8º ano da escola, de acordo com a PM. Ele foi apreendido por policiais militares e levado para a Depai, responsável pela investigação e apreensão de adolescentes, também em Goiânia. Ele está acompanhado pelos pais e já passou pelo exame de corpo de delito.
O pai do adolescente deve prestar esclarecimentos à corregedoria da Polícia Militar sobre como o filho teve acesso à arma. O delegado afirmou que a coordenadora e a professora do colégio serão levadas para depor na delegacia.
“Todos estão apavorados e sentidos com a tragédia. Até o momento, eles [a escola] não se manifestaram sobre os fatos. A coordenadora e a professora serão encaminhadas como testemunha à delegacia. Preferimos esperar elas se acalmarem e estamos encaminhando as duas”, declarou o delegado em entrevista à BandNews FM.
“[O jovem] ficará apreendido na delegacia e será apresentado ao Ministério Público, que vai deliberar sobre a internação”, disse entrevista à BandNews FM.
Em entrevista à rádio CBN, o empresário Thiago Barbosa, pai de um dos feridos, disse que chegou ao colégio depois de ter sido informado pela diretora de que havia ocorrido um "acidente terrível" no local.
Segundo Barbosa, ele mesmo teve que transportar o filho e uma colega dele, também ferida, para o Hugo (Hospital de Urgências de Goiânia), pois ambulâncias ainda não haviam chegado ao colégio. O empresário relatou que seu carro foi escoltado até a unidade de saúde por motocicletas do Giro (Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva), da PM goiana.
Barbosa disse que seu filho levou um tiro nas costas, mas está bem.
O presidente Michel Temer (PMDB) prestou solidariedade às famílias das vítimas do ataque a tiros numa escola de Goiânia nesta sexta-feira (20), em uma mensagem no Twitter. "Como todo brasileiro, estou consternado com a tragédia na escola de Goiânia. Minha solidariedade às famílias. Força!”, escreveu o presidente.
Como todo brasileiro, estou consternado com a tragédia na escola de Goiânia. Minha solidariedade às famílias. Força!
— Michel Temer (@MichelTemer) 20 de outubro de 2017
Vítimas
Segundo a Polícia Científica de Goiás, os mortos são João Pedro Calembo e João Vitor Gomes, cujas idades não foram confirmadas. Há quatro adolescentes feridos: L.F.B., 14; Y.M.B., 13; I.M.S., 14; e M.R.M., 13.
Uma das quatro vítimas feridas durante o ataque está em estado gravíssimo. De acordo com o governo de Goiás, a adolescente levou três tiros e teve uma perfuração na coluna vertebral. Dois estudantes morreram no local do ataque e ao todo há quatro feridos internados. Os tiros foram disparados por um estudante da mesma escola.
De acordo com depoimentos de testemunhas à TV Serra Dourada, afiliada do SBT, todas as vítimas são alunas da escola. Momentos após o ataque, pais e parentes de alunos chegaram ao colégio em busca de informações.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, os feridos foram levados para dois hospitais municipais: o Hugo (Hospital de Urgências de Goiânia) e Hospital de Acidentados.
No Hugo, às 14h, três crianças recebiam atendimentos, segundo a assessoria de imprensa. São duas garotas e um garoto. Todos eles encontram-se em estado grave. O adolescente tem 13 anos, encontra-se consciente, mas respira com auxílio de aparelhos. Uma das meninas tem 13 anos também está consciente com “respiração espontânea”, segundo o hospital. A outra menina, 13, está sedada e entubada.
A cúpula da Segurança Pública de Goiás e da Secretaria de Saúde estão reunidas com o governador em exercício do Estado, José Eliton, para atualizar as informações. As autoridades já adiantaram que uma equipe multidisciplinar deve ser nomeada para acompanhar as famílias das vítimas. Em nota, o governo decretou luto oficial de três dias em solidariedade a todos os envolvidos no "lamentável acontecimento".
O Colégio Goyases, onde ocorreu o ataque, fica a cerca de 7 quilômetros da região central de Goiânia. O estabelecimento atende a alunos da educação infantil e do ensino fundamental (1º ao 9º ano).
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