Atendente é condenado a 18 anos de prisão por morte de estudante na Unicamp
O atendente Anderson Marcelino Ferreira Mamede, 24, foi condenado nesta quarta-feira (25) a 18 anos de prisão por envolvimento na morte do estudante Denis Papa Casagrande, em 2013, durante uma festa dentro do campus da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
O estudante de engenharia mecatrônica morreu após levar uma facada e ser espancado por um grupo de punks durante uma confusão generalizada. Casagrande tinha 21 anos.
Após mais de 20 horas de julgamento, o júri popular considerou Mamede culpado por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, emprego de meio cruel e uso de recurso que dificulta a defesa da vítima). Ele teve a pena fixada em 19 anos de prisão em regime fechado.
Entretanto, por ter menos de 21 anos à época do crime, a pena foi atenuada para 18 anos de prisão. A sentença foi proferida pelo juiz José Henrique Rodrigues Torres, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campinas (a 93 quilômetros de São Paulo) e determina que Mamede cumpra a pena em regime fechado, inicialmente.
Segundo a polícia, quem matou Casagrande com uma facada foi Maria Tereza Peregrino. Ela confessou ter dado a facada, mas sempre alegou legítima defesa.
Entretanto, segundo a Polícia Civil e o Ministério Público, Casagrande foi morto por engano.
Já Mamede e outro réu, André Ricardo de Souza Motta, são considerados cúmplices do homicídio. Nenhum dos três era aluno da Unicamp.
Na época do crime, Mamede, então com 20 anos, namorava Maria Tereza, que está presa.
O julgamento de Maria Tereza ainda não tem data definida. Já Motta chegou a ser absolvido, mas será julgado novamente em outra data. Ele continua respondendo em liberdade.
O Ministério Público disse que ficou satisfeito com a condenação de Mamede e espera que esse resultado influencie no julgamento de Maria Tereza.
“Foi uma sentença muito bem fundamentada, estou estudando apenas se há uma margem para aumentar a pena dele, mas estou satisfeito. Com certeza, a condenação do partícipe deve pesar no julgamento de Maria Tereza, que foi a autora do crime. Se o partícipe foi condenado, não é possível que ela, que foi quem deu a facada, não seja”, disse o promotor Ricardo Silvares.
A defesa de Mamede informou que já assinou o termo para recorrer da sentença, mas não quis comentá-la.
Para a família de Casagrande, a condenação de Mamede trouxe um pouco de alívio e sensação de Justiça.
“Estamos nos sentido mais confortáveis com a condenação dele. Mas agora temos que lutar para condenar a criminosa, que ainda não foi para julgamento. Ela confessou ter dado a facada no meu filho. Tenho certeza que também será condenada, mas para ela queremos uma pena maior”, disse Celso Casagrande, pai da vítima.
O caso
Casagrande morreu após levar uma facada e ser espancado por um grupo de punks durante uma confusão generalizada em uma festa dentro do campus da Unicamp, no dia 21 de setembro de 2013, que não tinha autorização da universidade.
Segundo Maria Tereza, Casagrande a teria assediado em um local que era usado como banheiro. Já o MP afirmou que Denis teria sido confundido com outra pessoa pela jovem.
Dois adolescentes acusados de participar da morte também foram apreendidos.
Um dos adolescentes tinha 15 anos e o outro completou 18 após o crime, mas, como tinha 17 na ocasião, também foi julgado como menor.
Ambos confessaram que faziam parte do grupo que agrediu Casagrande. Eles já cumpriram a pena e estão em liberdade.
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