Afastar segurança não é suficiente, diz ator negro agredido em terminal
Em texto publicado na noite deste domingo (19) no Facebook, o ator Diogo Cintra, 24, agradeceu o carinho recebido desde que foi espancado na madrugada da última quarta-feira (15), após seguranças de um terminal de ônibus de São Paulo julgarem que ele era um criminoso e se recusarem a ajudá-lo. A ação foi flagrada por câmeras de segurança, e as imagens vieram à tona hoje.
Ele também comemorou o afastamento dos funcionários envolvidos no caso, anunciado no sábado (18) pela Secretaria Municipal de Transportes, mas disse querer "ainda mais". "Não é o suficiente, e não falo só porque aconteceu comigo, mas por muitos que já passaram por isso", escreveu Cintra, que é negro e acusou os agentes de racismo.
Diogo disse ter pensado bastante em tudo que aconteceu, mas rechaçou o trauma pelas agressões sofridas ao dizer que existem milhares de pessoas do seu lado. "Eu só gostaria de ter pelo menos um terço dessas pessoas no terminal aquele dia...", comentou. As agressões ocorreram no terminal de ônibus Parque Dom Pedro 2º, no centro da capital paulista.
"Boa Noite gente, gostaria de agradecer muito a todos que se sensibilizaram com o que me aconteceu, sei que para muita gente, eu não deveria estar andando de madrugada e muito menos ter relatado o que me aconteceu, mas o que importa é que eu não me arrependo de nada, estou no meu 'Direito' (é a única coisa que sobra para gente como a gente)", afirmou o ator para seus seguidores na rede social.
Entenda o caso
O ator havia saído de uma balada na região central de São Paulo por volta das 5h da manhã e seguia para casa quando foi abordado por dois homens que pediram seu celular e dinheiro.
Ele reagiu e tentou se abrigar no terminal, onde pediu a ajuda de uma segurança. Ela sugeriu que ele pedisse ajuda a seguranças homens, também do terminal.
Nesse momento, porém, os mesmos criminosos que haviam tentado roubá-lo chegaram ao local com um grupo maior de pessoas. Eles o acusaram de ser ladrão e ter roubado o celular de um deles. Diogo afirma que tentou convencer os funcionários de que era o dono do aparelho, mas foi forçado a ficar em silêncio.
"Assumindo logo de cara que eu era o culpado, me entregaram pros caras, que me arrastaram para fora da estação, e lá do lado de fora eu fui espancado por eles. O segurança chegou a perguntar o que eles iam fazer comigo, e disseram que iam me levar pro 'rio'", relatou Diogo em um post no Facebook.
Diogo argumenta que os seguranças acreditaram que ele era um criminoso apenas porque é negro. "O racismo mata todos os dias! Eu fui vítima não só de racismo, mas do absurdo e da violência que pessoas que tentam fazer 'justiça com as próprias mãos' são capazes", escreveu. (Com Agência Estado)
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