Garoto cego e com câncer ganha notebook após vaquinha, mas é furtado antes de usar aparelho
Alan Mioto tem 15 anos e um sonho: um computador em que possa aprender braille, ouvir música e falar com a avó, que mora no Mato Grosso do Sul. O desejo do garoto - que ficou cego após o diagnóstico de um câncer no cérebro há dois anos - tinha sido realizado na última-sexta-feira (24), quando ganhou um notebook graças a uma vaquinha dos familiares. A alegria não durou nada: antes de estrear o presente, suspeitos invadiram sua casa em Franca (SP) e levaram o computador.
Quando ganhou o presente, Alan mal continha a empolgação. A família, então, decidiu agradecer indo à igreja. “Eu tinha mexido nas teclas antes de deixar ele carregando para ir agradecer”, contou o garoto ao UOL. Ele ainda fez um pedido: “Espero que devolvam.”
Após a família voltar da igreja, a luz estava acesa e a casa revirada, recorda-se a mãe de Alan, Izaura Mioto. “Levaram o computador, meu celular e do meu marido, estragaram a TV que não conseguiram tirar da parede e pegaram as melhores roupas que o Alan tinha, as que ele usava para fazer exames em Bauru.”
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O plano era que, no dia seguinte, a prima o ajudasse a usar o presente. “Ele ficou estarrecido. Chorou muito, tive de aumentar a medicação”, conta a mãe, que fez queixa à Polícia Civil, ainda sem pistas.
Izaura conta que o filho sempre foi muito ativo. Gostava de andar de skate, brincar com os amigos e ouvir música sertaneja. Sua vida, no entanto, mudou em 2015, quando foi diagnosticado.
Desde então, o adolescente passou por duas cirurgias e tratamento por rádio e quimioterapia. “Ele enxergava 20% depois da primeira cirurgia, mas, depois da segunda, a visão embaçou de vez porque o médico precisou tirar um pedaço do nervo óptico.”
O tumor, que já avançou para a coluna, impede que Alan tenha uma vida ativa, como a dos colegas. Por isso, a família fez a vaquinha e aproveitou um desconto na Black Friday. “Ele precisa aprender braille, mas o notebook também seria um grande passatempo porque ele não consegue mais correr, jogar bola, brigar na rua. Ele poderia ouvir piadas na internet, escutar música e falar com a avó no Mato Grosso do Sul.”
Izaura e o marido estão desempregados e não podem comprar um novo equipamento. “Não quero nem saber quem foi. Eu só peço que, se descobrirem de quem vocês furtaram, por favor, devolvam.”
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