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Governador do RN diz que ato de polícias é político e pede manutenção de tropas federais

Governador do RN, Robinson Faria (d), em reunião com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, em janeiro de 2017 - Beto Macário/UOL
Governador do RN, Robinson Faria (d), em reunião com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, em janeiro de 2017 Imagem: Beto Macário/UOL

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

08/01/2018 21h24

Em sua primeira entrevista desde o início da paralisação das polícias Civil e Militar, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), afirmou, na tarde desta segunda-feira (8), que o protesto dos policiais tem cunho político e disse que não falta estrutura para trabalho na segurança pública. Além disso, ele adiantou que já pediu ao presidente Michel Temer a manutenção das tropas federais até que o movimento acabe.

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Os policiais estão com atividades parcialmente paradas desde o dia 19 de dezembro em protesto contra o atraso salarial e melhores condições de trabalho.

"Essa questão de dizer que é falta de condição, isso não existe! Nunca houve um governo que deu tantas condições como o nosso. Aumentamos a quantidade de carros e motos, investimos em tecnologia, então isso é uma desculpa, um pano de fundo para dizer que não estão em greve. Está na hora de falarmos a verdade. Eu estive calado, mas agora o governador vai dialogar ponto por ponto com a população", disse.

O governador afirmou que pretende pagar os salários dos policiais apenas com a confirmação da volta ao trabalho. "Temos uma proposta para pagar dezembro até o dia 12 a todas as polícias, mas com a exigência de acabar a greve", pontuou.

Faria afirmou que está trabalhando para buscar saídas para o caos financeiro do Estado, que ainda deve as folhas de dezembro e 13º a todos os servidores.

"Eu estou tentando encontrar caminhos do ponto de vista financeiro. A minha preocupação é a população. A Polícia tem o direito sagrado do salário, mas a população também tem o direito sagrado de ser protegida. O apelo que faço é que com o pagamento que vou fazer a greve acabe. Ela tem, por trás dela, um pouco de um componente político que eu não concordo. Temos que pensar no cidadão", disse.

O governador ainda disse que está "sendo hoje injustiçado, pagando o preço por essa greve." "Eu fui o governador que deu aumento de 32% à PM, que ganha quase o dobro da Paraíba; que deu o maior número de promoções da história. Temos um dos melhores salários do país", afirmou.

Robinson Faria disse que há um interesse em manter a presença das Forças Armadas no Estado enquanto durar a paralisação dos policiais. "Tivemos uma reunião com o presidente Temer no fim de semana, e ele disse que iria diligenciar para renovar até que a greve seja suspensa", afirmou.

Hoje, o Rio Grande do Norte conta com 2.800 homens das Forças Armadas e Nacional de Segurança Pública. O prazo inicial para presença das forças é até o dia 12 de janeiro.