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Pastor é preso suspeito de pedofilia após pedir foto para "quebrar maldição" de menina

Marcondes dos Santos Pereira pediu fotos a jovem com pretexto de tirá-la de maldição - Divulgação/Polícia Civil
Marcondes dos Santos Pereira pediu fotos a jovem com pretexto de tirá-la de maldição Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Rafael Pezzo

Colaboração para o UOL

11/04/2018 16h04

Um pastor evangélico foi preso suspeito de pedofilia quando chegava para ministrar um culto, no último domingo (8), no centro de Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina. O mandado de prisão foi expedido pela Justiça de Goiás, a partir da denúncia da família de uma menina de 13 anos da cidade de Cristalina, a cerca de 290 km ao leste de Goiânia.

Segundo a investigação, Marcondes dos Santos Pereira, 44, pediu fotos da jovem nua em conversas por WhatsApp. O argumento usado pelo líder religioso era tirar a menina de algum tipo de maldição, justificando que as imagens eram “pedidos dos anjos”.

“Preciso proteger você. Você tem que confiar em mim e fazer o que eu te pedir. Tenho que pegar uma foto sua para quebrar esta maldição que ele deixou em você. É uma foto do seu corpo todo, os anjos que pediram. Assim que quebrar, eu apago”, enviou o pastor à menina.

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A apuração do caso é comandada pelo delegado Rafael Pareja, da Polícia Civil de Goiás em Cristalina. Ao UOL, uma fonte policial em condição de anonimato informou que o pastor conheceu a menina em outubro de 2017, quando foi fazer algumas cerimônias na cidade.

“Conhecido por ter um suposto poder de cura, Marcondes foi convidado a ministrar um culto na casa da tia da garota, onde a conheceu”, disse a fonte à reportagem.

A mãe da menina notou um comportamento estranho da filha e, ao lado de uma tia, vasculhou o celular e descobriu as conversas. Então, em março deste ano, a família procurou a polícia.

Pastor foi preso suspeito de pedofilia quando chegava para um ministrar um culto, em SC - Divulgação/Polícia Civil - Divulgação/Polícia Civil
Pastor foi preso quando chegava para um ministrar um culto, em Santa Catarina
Imagem: Divulgação/Polícia Civil

As conversas aconteciam desde o dia em que Pereira esteve na casa da tia. Pelo WhatsApp, ele pedia fotos à menina, enquanto a enviava imagens dele próprio. “Além dos diálogos, ele também queria que a menina o visse a sós nas próximas vezes em que fosse à cidade. Em uma delas, marcou de encontrá-la em um motel. A mãe, no entanto, não permitiu que ela saísse de casa”, afirmou a fonte.

O pastor era conhecido na região, já tendo passado por outras cidades de Goiás e Distrito Federal, além de ter feito viagens a Portugal e Inglaterra. Por esse motivo, há a suspeita de que ele tenha feito outras vítimas. Até o momento, contudo, nenhuma outra família procurou a polícia.

Por meio das redes sociais, a polícia de Cristalina descobriu que Pereira faria um culto em Balneário Camboriú e acionou a 29ª Delegacia Regional da cidade para detê-lo. Atualmente, o suspeito segue detido em Santa Catarina e tem até dez dias para ser transferido para Goiás. O homem é acusado em quatro artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90).

O UOL buscou a defesa do pastor, mas ele não acionou nenhum advogado até o fechamento da matéria.