Cratera aumenta e chega a quase 84 metros de diâmetro na Bahia
Uma cratera que se abriu na Ilha de Itaparica, na Bahia, aumentou em quase 12 metros o seu diâmetro desde a descoberta pela multinacional química Dow em sua área de extração há quatro meses. Geólogo que acompanha o caso diz que efeito era esperado, mas ainda não se sabe a causa do buraco que já chega aos 83,5 metros.
No dia 30 de maio, a multinacional encontrou a depressão durante um serviço de manutenção em seu terreno na ilha próxima a Salvador. O buraco fica a cerca de 1 km do município de Vera Cruz e próximo a um antigo posto de extração de salmoura.
Desde a descoberta, as dimensões da cratera mudaram: o diâmetro aumentou 11,8 metros, para 83,5 metros; a largura aumentou 4,7 metros, para 34,4 metros e a profundidade diminuiu 42 metros, para 41,2 metros. Segundo Marco Botelho, geofísico e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), essa expansão tem como motivo a queda das beiradas "devido à inclinação da cratera". "Desde a época da descoberta sabe-se foi criado um barranco: a parte do meio é mais larga do que a cavidade superior, então é normal que as bordas caiam", explica.
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Segundo o especialista, que presta consultoria para a empresa desde o ocorrido, as bordas devem cair até que tenham o mesmo comprimento do meio. "É normal, por isso profundidade não aumenta, ela até diminui por causa da terra que cai da beira", afirma.
Ao UOL, a empresa declarou que faz acompanhamentos e medições diárias e que a causa da erosão continua a ser estudada. Além disso, segue com reuniões periódicas com a população de Vera Cruz para mostrar os avanços.
Entre as medidas preventivas, a empresa diz que aumentou o perímetro de isolamento da área com cercas. "Não há por que ter alarde", garante Botelho.
O caso
Inicialmente com com 45,4 metros de profundidade, 71,7 metros de comprimento e 29,7 metros de largura, a cratera foi descoberta na Ilha de Itaparica, na Bahia, pela química Dow durante um serviço de manutenção no dia 30 de maio.
O grande buraco fica em meio à mata fechada a pouco mais de 1 km do município de Vera Cruz e próxima a um antigo posto de extração de salmoura, desativado há mais de 30 anos. A área está isolada desde então, enquanto a multinacional realiza um estudo geomecânico com a ajuda de uma empresa alemã e de geólogos da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Para identificar variações no buraco, a empresa instalou aparelhos de tecnologia microssísmica e acionou um satélite de alta resolução que capta mudanças milimétricas.
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