Após críticas de generais, Witzel anuncia pasta temporária para Segurança
Após a cúpula da intervenção federal no Rio de Janeiro criticar publicamente a ideia de Wilson Witzel (PSC) de extinguir a Secretaria da Segurança, a equipe de transição do governador eleito anunciou nesta segunda-feira (17) a criação de uma pasta temporária para o setor --que funcionará ao menos até junho de 2019-- e a nomeação de um secretário.
Witzel defendeu durante sua campanha eleitoral que acabaria com a Secretaria da Segurança para otimizar e integrar as polícias Civil e Militar. Ele disse que daria status de secretários aos chefes das duas polícias e definiria diretamente com eles as políticas para o setor.
No entanto, a ideia não vinha sendo bem vista pela cúpula da intervenção federal. Durante um fórum dedicado à intervenção, realizado na terça-feira passada (11), o atual secretário da Segurança Pública, general Richard Nunes, disse que a extinção da pasta criará dificuldades administrativas, de integração de inteligência e de realização de operações.
O interventor federal, general Walter Souza Braga Netto, afirmou que todo o legado de mudanças estruturais e otimização de gestão na segurança pública do Rio em 2018 foi feito com base na existência da pasta. Ele disse que estava preocupado sobre como o legado seria adaptado com a nova estrutura prevista por Witzel.
O governador eleito indicou nesta segunda o engenheiro civil Roberto Motta para assumir uma pasta temporária destinada a fazer uma transição entre o GIF (Gabinete de Intervenção Federal) e a nova estrutura da segurança pública do Rio.
Um membro ligado à cúpula da intervenção disse que a medida diminui a tensão entre as equipes do interventor e do governador eleito. Segundo a fonte, Motta se reuniu com membros do Gabinete de Intervenção Federal nesta segunda e ouviu explicações sobre as mudanças realizadas durante o ano. O clima na reunião teria sido de harmonia.
De acordo com o integrante do GIF, os interventores esperam que Witzel perceba a importância da existência da pasta e decida mantê-la por mais tempo --além do mês de julho de 2019, quando as atividades administrativas do gabinete se encerram totalmente.
Porém, antes de anunciar a pasta temporária, Witzel disse pelo Twitter nesta segunda que "o fim da Secretaria da Segurança é uma medida necessária".
Motta é formado pela Pontifícia Universidade Católica e é mestre em Gestão pela Fundação Getúlio Vargas. Ele foi consultor do Banco Mundial e, atualmente, é segundo suplente de deputado federal pelo PSC.
A intervenção vem afirmando que suas ações se concentram em treinar, reequipar e motivar policiais, além de adotar mais de 40 mudanças administrativas com o objetivo de melhorar a gestão e o desempenho das polícias. Já Witzel se elegeu associando sua figura à do presidente eleito Jair Bolsonaro e pregando ações duras contra a criminalidade -- como por exemplo instruir policiais de elite a "abater" à distância criminosos armados com fuzis - e adoção de supostas soluções tecnológicas para a melhorai da segurança, tais como compra de câmeras de segurança e drones que poderiam disparar tiros do céu contra pessoas suspeitas.
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