Witzel diz que interventores trabalham com modelo que "não vem dando certo"
O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), afirmou nesta quarta-feira (12) que os interventores no estado trabalham com um modelo que "não vem dando certo em lugar nenhum" e reforçou sua intenção de extinguir a Secretaria de Segurança Pública. Em seu lugar, seria criado um conselho reunindo representantes das polícias, do Ministério Público e do sistema penitenciário.
"Os interventores trabalharam em cima de uma proposta, de um modelo que não vem dando certo em lugar nenhum. [...] Tenho uma visão de segurança pública um pouco diferente dos generais. Não se faz segurança pública sem Direito Penal e Processo Penal, medidas de infiltração, levantamento de sigilos fiscal e telefônico", declarou.
Segundo Witzel, a única maneira de alcançar melhores resultados é por meio do fortalecimento do setor de investigação da Polícia Civil. Para ele, não adianta enviar policiais para as ruas sem asfixiar o tráfico de armas e de drogas, além da lavagem de dinheiro.
Em fevereiro, o atual presidente, Michel Temer (MDB), assinou decreto de intervenção federal na área de segurança pública no estado do Rio de Janeiro. Desde então, as Forças Armadas assumiram a responsabilidade sobre as polícias militar e civil, entre outros órgãos. A equipe de generais da intervenção buscou reestruturar o setor e combater a corrupção dentro da máquina pública. A ação termina em 31 de dezembro deste ano.
Ao defender o fim da secretaria de segurança pública do estado, Witzel disse que seu formato está ultrapassado e houve uso político do cargo de titular da pasta.
"Um secretário de segurança pública, muitas vezes, acaba se politizando e faz daí um trampolim para ser prefeito, deputado, governador. E acaba prejudicando o próprio trabalho entre as duas polícias", disse.
Em fala à imprensa após reunião com governadores eleitos em Brasília e o futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, entre outros, Witzel ressaltou que se empenhará em aprovar no Congresso o excludente de ilicitude para que policiais possam atirar em pessoas portando fuzis na rua sem autorização. Com a medida, os policiais não seriam responsabilizados criminalmente pelas mortes.
"Quem está portando fuzil não está preocupado com a vida humana alheia. Está pronto ali para eliminar qualquer pessoa que atravesse o caminho dele de forma que seria hostil a ele. [...] Até que isso não seja aprovado, nosso policial é o único que tem de ser orientado a ter dúvida", disse.
"O Ministério Público pode abrir inquérito, deve fazê-lo, para afinal arquivar, uma vez que se trata de evidente excludente de ilicitude. Assim funcionam as coisas aqui no Brasil desde 1945, então não vai ser diferente, mas, se tivermos a possibilidade de aprovar algo que seria mais claro [seria melhor]", falou, ao acrescentar que os bandidos "já estão avisados" que não podem andar de fuzil e são um risco iminente a ser abatido.
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