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Intervenção critica proposta de Witzel de extinguir Secretaria de Segurança

O secretário de Segurança, general Richard Nunes, em fórum de debates sobre a intervenção no Rio - ESTEFAN RADOVICZ/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
O secretário de Segurança, general Richard Nunes, em fórum de debates sobre a intervenção no Rio Imagem: ESTEFAN RADOVICZ/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, no Rio

11/12/2018 18h02

O secretário da Segurança do Rio de Janeiro, general Richard Nunes, e o interventor federal, general Walter Souza Braga Netto, fizeram críticas nesta terça-feira (11) à proposta do governador eleito Wilson Witzel (PSC) de acabar com a Secretaria de Segurança.

Para Nunes, a possível extinção da pasta causará dificuldades administrativas, de integração de inteligência e de realização de operações. "Nos preocupa muito [a extinção da secretaria]. No nosso entendimento é que, se a Secretaria de Segurança fosse desnecessária, nós teríamos feito isso. Se não fizemos, é porque não entendemos assim", afirmou Nunes durante fórum realizado pelo Observatório Militar da Praia Vermelha, entidade de pesquisa acadêmica relacionada à Escola Superior de Guerra.

O interventor Braga Netto também afirmou que todo o legado da intervenção foi planejado com base na existência da pasta. "Essa é a grande preocupação que nós temos: como vai se adaptar o legado que nós vamos deixar com a nova estrutura que está sendo difundida na imprensa", disse ele nesta terça no mesmo evento.

Witzel defendeu durante a campanha eleitoral que pretendia extinguir a pasta e substituí-la por um gabinete ligado ao governador no qual os chefes das polícias Civil e Militar teriam status de secretários. Para ele, o atual modelo de Secretaria de Segurança não funciona. Ele também afirmou que pretendia controlar de forma mais direta as polícias, sem o intermédio da pasta.

A reportagem do UOL procurou a assessoria de Witzel para comentar as declarações de Nunes, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

A intervenção federal, iniciada em 16 de fevereiro, trabalhou em mais de 40 mudanças estruturais nas polícias Civil e Militar. Elas visam, segundo os militares, aumentar a eficiência administrativa e logística, melhorar as cadeias de comando, integrar procedimentos de inteligência, treinar e equipar policiais.

Witzel diz que quer apoio das Forças Armadas no Rio nos próximos seis meses, mas não deixou claro como se posicionará sobre as diversas mudanças que vêm sendo implementadas pelos interventores.

Diferente deles, o governador eleito vem expondo propostas mais ligadas ao investimento em novas tecnologias, como um sistema de câmeras de reconhecimento facial em testes na Inglaterra e que vem causando polêmica na sociedade, e drones que seriam capazes de disparar armas de fogo.