Topo

Brumadinho: número de mortos sobe para 209; 97 pessoas estão desaparecidas

Alex Tajra

Do UOL*, em São Paulo

19/03/2019 20h06

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou, na noite de hoje, que o número de mortos em decorrência da queda da barragem da Vale em Brumadinho subiu para 209. De acordo com a Defesa Civil, 97 pessoas ainda estão desaparecidas, e todos os 209 corpos já foram identificados.

Pelo menos 144 bombeiros trabalham na região que fora destruída pela lama. São 18 frentes de trabalho e, em duas delas, as buscas se estenderão até as 23h de hoje. Por conta de obras que estão sendo realizadas na barragem de Menezes, também em Brumadinho, o fluxo de água no Córrego do Feijão está mais intenso.

As equipes que estavam trabalhando na área, que foi parcialmente alagada, foram remanejadas. Segundo os bombeiros, somente na frente de trabalho que cuida da área da usina de Instalação de Tratamento de Minério (ITM), estão sendo inspecionadas diariamente 1,6 mil toneladas de rejeitos.

Segundo os bombeiros, alguns cães se lesionaram durante as buscas nos destroços da barragem e estão aguardando liberação do veterinário para voltar a atuar junto à corporação.

Quase mil pessoas já foram evacuadas

Desde a queda da barragem, no final de janeiro, cresce diariamente o número de moradores de Minas Gerais evacuados pela Vale por conta de problemas com essas estruturas.

Segundo dados fornecidos pela mineradora, são 973 atingidos de cinco cidades diferentes. Esse total não leva em conta aqueles que precisaram deixar suas residências, mas já retornaram com autorização da Defesa Civil do estado. O último episódio, ocorrido no sábado (16), se deu em uma comunidade rural de Rio Preto (MG).

Decisões recentes do Tribunal de Justiça de Minas Gerais apontam para uma possível retirada de moradores de Itabira e Ouro Preto. De acordo com a Vale, 261 pessoas que sobreviveram à queda da barragem da Mina do Feijão estão fora de suas casas.

CPI adia depoimento de ex-presidente da Vale

O depoimento de Fábio Schvartsman, mandatário da mineradora à época da queda da barragem, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga o o caso de Brumadinho foi remarcado para o dia 28 de março, às 9 horas.

Durante a reunião de hoje, os senadores aprovaram a mudança do nome da CPI. Proposta pela presidente do colegiado, senadora Rose de Freitas (Pode-ES), a comissão passará a se chamar CPI de Brumadinho e outras barragens. Ao defender a mudança, a senadora argumentou que no Brasil há muitas barragens em situação de risco construídas como a da Mina do Córrego do Feijão.

*Com informações da Agência Brasil