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RJ: Filha de morta em temporal diz que tragédia "poderia ter sido evitada"

Do UOL, em São Paulo

09/04/2019 08h58

A filha de uma das três pessoas que morreram no temporal que atingiu a cidade do Rio de Janeiro disse que a morte da mãe Gerlane Nascimento, 51, e da tia, Doralice Nascimento, 58, poderiam ter sido evitadas e pediu justiça para todas as famílias que vivem em áreas de risco na capital fluminense.

Gerlane e Doralice eram irmãs e morreram após um deslizamento de terra no Morro da Babilônia, na zona sul do Rio de Janeiro.

A menina disse que a família morava no mesmo endereço, que era dividido em três casas. "Eram três casas no mesmo endereço, a primeira era da minha mãe, a do meio é a da minha avó e por último da minha tia", contou I. A. em entrevista à TV Globo. Ela contou que tia dela correu junto com outra pessoa que estava na casa dela, mas acabou sendo atingida pelo deslizamento. "Minha mãe estava na casa que desabou. Não sobrou nada", disse.

"O que me deixa revoltada é de ter acontecido isso, sendo que poderia ter sido evitado", disse a jovem. "Tem pessoas que estão sem casa, sem poder voltar para casa, tem crianças que foram soterradas e eu queria que houvesse justiça para essas famílias", disse.

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O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), reconheceu que as sirenes de emergência da prefeitura não chegaram a ser acionadas no local, pois as águas no morro da Babilônia não chegaram ao nível mínimo para que o alarme fosse disparado e as pessoas buscassem outro abrigo.

"Não tocou sirene na Babilônia porque os pluviômetros marcaram 35 mm de chuva. Era para tocar com 55 mm. Revemos o protocolo e depois descemos para 45. Na Babilônia, chegamos a 39 mm. Não era uma chuva que inspirava riscos maiores [no local]", disse o prefeito durante entrevista coletiva realizada nesta manhã.

No total, 39 sirenes foram acionadas em 21 comunidades e áreas de riscos de deslizamentos, segundo a prefeitura.

Na Gávea, um homem identificado como Guilherme Fontes, 30, teve a morte confirmada. Segundo informações de moradores, ele teria caído de uma moto e se afogado. O bairro foi um dos mais atingidos da região.

No bairro do Leme, um homem continua sendo procurado por homens da prefeitura. Testemunhas disseram que ele se afogou no início da manhã.

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Choveu mais do que em fevereiro

De acordo com a prefeitura, em um intervalo de quatro horas choveu mais do que nos dias 6 e 7 de fevereiro, quando fortes chuvas atingiram a cidade pela última vez, provocando deslizamentos de terra e seis mortes.

A Defesa Civil do Rio informou que foram feitas 1.700 ocorrências de risco por causa das chuvas. A região da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade, foi a que concentrou maior volume de alagamentos choveram 234 mm.