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Sirenes não tocaram em local onde duas pessoas morreram no Rio

Gabriel Sabóia e Marcela Lemos

Do UOL, no Rio, e colaboração para o UOL, no Rio

09/04/2019 08h49

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), reconheceu hoje que as sirenes de emergência da prefeitura não chegaram a ser acionadas no morro da Babilônia, na zona sul, onde duas pessoas morreram por causa de um deslizamento de terra provocado pela forte chuva que atingiu a cidade. Ao menos três pessoas morreram no município.

De acordo com o prefeito, apesar da tragédia, as águas no morro da Babilônia não chegaram ao nível mínimo para que o alarme fosse disparado e as pessoas buscassem outro abrigo.

"Não tocou sirene na Babilônia porque os pluviômetros marcaram 35 mm de chuva. Era para tocar com 55 mm. Revemos o protocolo e depois descemos para 45. Na Babilônia, chegamos a 39 mm. Não era uma chuva que inspirava riscos maiores [no local]", disse o prefeito durante entrevista coletiva realizada nesta manhã.

De acordo com ele, novos protocolos serão adotados a partir do episódio. "Esse incidente vai nos fazer rever este tipo de situação", afirmou.

No total, 39 sirenes foram acionadas em 21 comunidades e áreas de riscos de deslizamentos.

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"Lamento que a Defesa Civil não tenha tido a oportunidade de ir lá [no morro da Babilônia], são muitas casas construídas em locais inapropriados, muitas casas em encostas, em locais para onde correm as águas. Caem árvores, cai solo e levam as casas", declarou Crivella.

As vítimas no morro da Babilônia foram as irmãs Doralice Nascimento, 58, e Gerlane Nascimento, 51.

A terceira morte, por afogamento, foi registrada na avenida Marquês de São Vicente, na Gávea, zona sul.

Crivella reforçou que quinze comunidades continuavam em estágio de alerta na manhã de hoje. "Pedimos para que estas pessoas não tentem voltar para casa", concluiu o prefeito

Trabalho de prevenção não foi efetivo, admite Crivella

Mais cedo, em entrevista à GloboNews, Crivella reconheceu que o trabalho de prevenção não foi efetivo e pediu que as pessoas fiquem em casa. "[O trabalho de prevenção de crise] Não foi efetivo não."

Assim como no dia 7 de fevereiros, quando seis pessoas morreram por causa de alagamentos e deslizamentos de terra, o prefeito voltou a dizer que o Centro de Operações da Prefeitura não conseguiu prever a intensidade das tempestades.

"Imaginávamos que viria chuva forte, mas não imaginávamos que fosse cair com tanta força na zona sul [onde morreram as vítimas]", declarou. "Essa chuva para o início de outono é anormal, nenhum de nós esperava tanta chuva."

O Centro de Operações da Prefeitura informou que a previsão meteorológica para as próximas horas é de mais temporais para as próximas horas.

Prefeito cobra governo federal

Na entrevista coletiva, o prefeito também cobrou a liberação de recursos por parte do governo federal.

"Passou da hora de fazer as coisas no Rio, que são dívidas do passado. Milhares de famílias moram em áreas de risco. Onze mil quilômetros de ruas e avenidas precisam ser asfaltadas, bueiros que precisam ser limpos, mas os recursos são pequenos", disse.

"Precisamos de parceria com o governo federal. Ainda não conseguimos verba para o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] das Encostas. É bom lembrar que a cidade contribui para o governo federal com R$ 160 bilhões por ano", declarou Crivella.

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