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Morte de estudante no Lago Paranoá foi acidental, conclui polícia do DF

Jéssica Nascimento

Colaboração para o UOL, em Brasília

29/04/2019 18h41Atualizada em 30/04/2019 07h36

A Polícia Civil do Distrito Federal afirma que a estudante Natália Ribeiro dos Santos Costa, 19, encontrada no Lago Paranoá em 1º de abril, se afogou acidentalmente. "Não foi homicídio", disse hoje a jornalistas o delegado Gleyson Mascarenhas, encarregado do caso, após a conclusão do inquérito.

Wendel Yuri de Souza Caldas, 19, última pessoa a ver Natália com vida e que chegou a ser investigado por envolvimento na morte da estudante, foi indiciado por omissão de socorro. A pena é de um a seis meses de prisão ou multa. Porém, ela é triplicada caso a vítima morra.

"Ele cometeu um crime a partir do momento que viu a Natália se afogando e não pediu ajuda. Mas, como ele estava bêbado e não tinha condições físicas de prestar socorro, vai responder em liberdade", disse o delegado.

Natália Ribeiro dos Santos foi encontrada morta em Brasília - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram
Segundo Mascarenhas, a Polícia Civil ouviu 35 pessoas durante as investigações. Dessas, 32 estavam no churrasco que ocorreu no clube Clube Almirante Alexandrino (Caalex) no dia 31 de março, quando a jovem se afogou. Questionado sobre a alegação da defesa da família de Natalia, de que a delegacia não estava investigando o caso a fundo, ele rebateu as acusações.

"Produzimos diversos laudos, ouvimos muita gente. O que ocorre às vezes é que o resultado das investigações pode não agradar uma parte. O que houve foi um afogamento por acidente", reiterou.

Defesa pede reconstituição do caso

A defesa da família de Natália contestou o laudo divulgado pelo IML (Instituto Médico Legal) que apontou que a jovem morreu devido a asfixia por afogamento e enviou para o Ministério Público um pedido de reconstituição do caso. Para o delegado, essa prova não é necessária, já que a polícia utilizou vídeos do local do churrasco na investigação.

"O vídeo mostra a dinâmica dos fatos. No local, tinha apenas duas pessoas. Uma está morta e a outra vai ser indiciada, provavelmente não participará da reconstituição. Por isso, acreditamos que não seja necessário", pontuou o delegado.

As imagens de uma câmera de segurança do clube mostram Natália e Caldas entrando no lago e nadando por menos de um minuto. O vídeo mostra apenas Caldas saindo da água. O jovem retorna até a margem do lado, fica observando e volta ao lago por mais duas vezes. Ele chega, inclusive, a ir além do ponto em que o casal foi visto. Após dez minutos de vídeo, Caldas deixa o local e Natália não é mais vista. O corpo dela foi encontrado um dia depois.

O UOL procurou a defesa da família para comentar a conclusão do inquérito. A advogada Juliana Porcaro disse que irá se pronunciar assim que tiver acesso ao resultado da investigação.

Já o defensor público Carlos André Bindá Praxedes, que representa Wendel Caldas, disse considerar que o rapaz não poderia ser indiciado pela prática de crime de omissão de socorro porque, "além do elevado nível de embriaguez em que se encontrava, também seria inócua a ação da autoridade [que ele poderia ter acionado], porquanto a morte de Natália já teria se efetivado".