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"Canibais de Garanhuns": Justiça eleva pena de trio que matou e comeu menor

13.nov.2014 - Jorge Negromonte, Isabel Cristina e Bruna Cristina,conhecidos como "trio de canibais de Garanhuns" - Hélia Scheppa/JC Imagem/Estadão Conteúdo
13.nov.2014 - Jorge Negromonte, Isabel Cristina e Bruna Cristina,conhecidos como "trio de canibais de Garanhuns" Imagem: Hélia Scheppa/JC Imagem/Estadão Conteúdo

Stella Borges

Do UOL, em São Paulo

18/07/2019 13h29

A Justiça de Pernambuco determinou um aumento de pena para o trio que ficou conhecido como "Canibais de Garanhuns". O homem e as duas mulheres foram condenados em júri popular em 2014 por homicídio quadruplamente qualificado, vilipêndio e ocultação de cadáver de uma jovem de 17 anos, mas o Ministério Público entendeu que era preciso elevar a punição por causa da gravidade dos crimes.

A decisão de aumentar a condenação de Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva foi tomada por unanimidade na última segunda-feira (15) pelos desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco. O caso transitou em julgado, ou seja, não cabe mais recurso.

Jorge tinha sido condenado a 21 anos de prisão. Com a nova decisão, passa a cumprir 27 anos de reclusão. Isabel e Bruna haviam sido inicialmente condenadas a 19 anos de prisão. Agora, cada uma deve ficar 24 anos na cadeia.

"Não havia aceitado a dosimetria determinada pela juíza inicialmente. Foi um crime muito grave, que chocou a população. A pena determinada agora era o que estávamos pensando", disse ao UOL a promotora Eliane Gaia.

O crime

De acordo com a denúncia do MP, Jéssica Camila da Silva Pereira foi morta em maio de 2008 no bairro de Rio Doce. O trio, que vivia um triângulo amoroso, atraiu a jovem com a filha para viverem na mesma casa, oferecendo uma vida melhor, já que ela era moradora de rua.

No dia do crime, segundo o MP, Jéssica queria sair com um homem e foi impedida por Jorge. Ele a golpeou no pescoço com uma faca, esquartejou o corpo, retirou a pele e acondicionou a carne na geladeira para consumo entre eles, inclusive, oferecendo para a menina. Bruna ainda assumiu a identidade de Jéssica e passou a criar a criança como se fosse filha dela.

Na época dos fatos, eles afirmaram fazer parte de uma seita denominada Cartel. A ingestão da carne faria parte de um processo de purificação. Um laudo técnico atestou que eles não têm problemas mentais e poderiam responder pelos crimes que cometeram.

Os três também foram condenados em dezembro do ano passado pelas mortes de duas mulheres ocorridas em 2012 em Garanhuns.