Conselheiro tutelar é suspeito de estuprar duas adolescentes no Ceará
Um conselheiro tutelar do município de Choró, no sertão central do Ceará, é suspeito de estuprar duas adolescentes de 13 e 14 anos. Segundo a Polícia Civil, a violência sexual teria ocorrido dentro da sede do próprio Conselho Tutelar do município.
O suspeito J.V.A, 28, está foragido. Até agora, ele não apresentou nenhum advogado para fazer sua defesa.
Investigações da polícia apontam que os supostos crimes contra as duas garotas ocorriam havia um ano. Elas são irmãs e moram próximo ao suspeito.
O pai delas descobriu mensagens do conselheiro tutelar de cunho sexual e acionou a polícia. Ele levou as mensagens para a delegacia em fevereiro e, na semana passada, a Justiça decretou a prisão do suspeito.
Segundo o delegado Ícaro Gomes, da Delegacia Regional de Quixadá, as adolescentes procuraram o Conselho Tutelar no ano passado para pedir ajuda sobre suposta negligência dos pais, e o conselheiro se aproveitou da "vulnerabilidade" delas para se aproximar.
"Já foi comprovado que houve conjunção carnal com a adolescente de 13 anos. Ela relatou que o conselheiro também teve relações sexuais com a irmã de 14 anos, mas a garota nega. Ele deveria cuidar dessas adolescentes, por estarem em situação de vulnerabilidade", disse o delegado.
Segundo a polícia, as mensagens são "de cunho sexual", que podem caracterizar exploração sexual ou favorecimento de prostituição.
O conselheiro tutelar será indiciado por estupro de vulnerável. A polícia ainda investiga outros possíveis crimes cometidos por ele no caso.
O pai das meninas teria procurado o conselheiro tutelar, em outubro passado, para reclamar do "relacionamento" dele com as duas meninas e foi agredido. O homem disse à polícia que preferiu não registrar a agressão porque acreditava que o conselheiro iria se afastar das filhas. Mas, em fevereiro, ele teve acesso às novas mensagens e acionou a polícia.
Amanhã, o colegiado dos conselheiros tutelares de Choró se reunirá com a Acontesce (Associação dos Conselheiros, ex-Conselheiros Tutelares e Suplentes do Estado do Ceará) para elaborar pedido de afastamento do conselheiro à prefeitura e levar o caso ao Ministério Público.
A associação vai investigar quem eram os conselheiros que atendiam a família e as garotas e por que não foi apurada a primeira denúncia do pai das meninas, ocorrida em outubro.
O conselheiro tutelar foi eleito com 815 votos, no final de 2015. O mandato dele vai de 2016 até 2020.
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