Governo do Pará determina transferência imediata de 46 presos de Altamira
O governo do Pará, por meio do gabinete de gestão da Segurança Pública, determinou na noite de hoje a transferência imediata de 46 internos que estariam envolvidos na rebelião que terminou com a morte de 57 pessoas em um presídio de Altamira. Em nota, o governo afirma que 16 internos foram identificados como líderes de facções que teriam encabeçado o massacre. Dez deles serão transferidos para o sistema federal e os outros seis serão realocados em outras penitenciárias do estado.
A mudança de alguns dos internos para regime federal foi estipulada após um diálogo entre o governador Hélder Barbalho (MDB) e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Os familiares serão informados previamente em relação à lista de mortos, e um grupo de atendimento psicológico foi montado para atendê-los.
"Misto de material de contêiner com alvenaria"
Um dos integrantes do GPO, o secretário Jarbas Vasconcelos afirmou nesta tarde que a prisão onde morreram 57 internos era feita de "misto de material de contêiner com alvenaria".
Com capacidade para 208 pessoas, no momento das mortes, nesta manhã, a unidade tinha ao menos 101 presos a mais, segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe). "Aqui no Pará, tempos atrás foram construídas diversas prisões com contêineres. Foram adaptados diversos contêineres para servir de prisão", disse Vasconcelos.
Vasconcelos nega que seria uma prisão "improvisada" e que estaria superlotada. Ele ainda afirmou que um novo presídio, que está sendo construído pela iniciativa privada na mesma região e deve ser entregue em dezembro, pode "melhorar a situação prisional".
O secretário afirmou ainda que o presídio fora palco de "uma guerra entre facções criminosas."
"Tratou-se de uma guerra de facções. Em Altamira, há uma facção local chamada Comando Classe A (CCA) e que divide o presidio com integrantes do Comando Vermelho, e que foram esses vítimas desse ato praticado pelos integrantes da organização criminosa CCA", disse o secretário em entrevista na tarde de hoje.
O ataque ocorreu, segundo o secretário, logo após as celas serem destrancadas para o café da manhã. "O Comando Classe A rompeu o seu pavilhão e rompeu o pavilhão do Comando Vermelho. Foi um ataque de certa forma rápido, dirigido a exterminar os integrantes rivais", disse o secretário. "Eles [integrantes do CCA] entraram, colocaram fogo, mataram e pararam o ataque. Foi um ataque dirigido, localizado."
O CCA tornou-se recentemente aliado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), que disputa com o Comando Vermelho a liderança dos presídios no Brasil.
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