Sequestrador disse que não nos mataria, mas ia morrer, diz refém em ônibus
O Encontro com Fátima Bernardes recebeu na manhã de hoje a visita de Luan, um dos reféns do sequestro do ônibus na ponte Rio-Niterói, que dominou as manchetes ontem. O rapaz contou em detalhes a história do sequestro e revelou o que dizia Willian Augusto da Silva, o sequestrador, aos reféns.
"Ele falou que não ia machucar ninguém, que todo mundo ia voltar com história para contar, mas ele não", contou. "Ele foi no propósito, sabia o que ia acontecer, o que ele queria".
Fátima pediu que Luan esclarecesse se o sequestrador dizia que ia morrer. "Isso", confirmou o refém. Willian acabou sendo baleado por um sniper da polícia do Rio de Janeiro.
Luan ainda comentou que o sequestrador não revelou a motivação por trás do crime. "Em nenhum momento ele falou, ele só falou que o caso ia ser igual ao do ônibus 174", disse.
Sobre os seus pensamentos durante o sequestro, Luan disse que "só pensava em sobreviver". O rapaz confirmou que Willian pediu a uma das passageiras que amarrasse os outros com braçadeiras de plástico, e que o sequestrador se manteve afastado da parte de trás do ônibus.
"Só tinha homem lá atrás, e ele tinha noção que alguém ali podia pular em cima dele", disse. "Ele não ligava [se os reféns usavam o celular]. Ele estava preocupado com o rádio, falando com a polícia o tempo todo".
Luan ainda esclareceu que os passageiros só entraram em pânico quando Willian começou a jogar gasolina no ônibus. "A gente ficou pensando em tentar quebrar a janela, ou sair por cima do ônibus", disse.
"Pensamos em reagir, porque ele dava alguns 'vacilos'. Ele ficava de costas, colocava a pistola na cintura, e ficava sem nada", comentou ainda. "Todo mundo achou que a arma era de verdade". Na verdade, segundo a polícia, Willian estava com uma arma de brinquedo.
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