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Polícia prende 4 suspeitos de furtos de combustíveis em dutos da Petrobras

Petros Karadjias/AP Photo
Imagem: Petros Karadjias/AP Photo

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

24/09/2019 11h32Atualizada em 24/09/2019 15h13

A Polícia Civil prendeu na manhã de hoje quatro suspeitos de envolvimento no furto de combustível em dutos da Petrobras, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Entre os detidos estão um policial militar e um empresário - dono de postos de gasolina, apontado como receptador do combustível roubado. Os nomes não foram divulgados.

Segundo a PM, o policial preso já tinha um mandado de prisão temporária expedido pela Comarca de Duque de Caxias. Um aparelho telefônico de propriedade dele foi apreendido, e o agente foi encaminhado para a Unidade Prisional da PM.

A terceira fase da Operação Graciosa III deflagrada nesta manhã cumpriu ainda nove mandados de busca e apreensão contra a quadrilha especializada em furto de combustível. Segundo a Polícia Civil, os mandados foram cumpridos na região Serrana do Rio - três deles em empresas ligadas ao ramo de combustível.

As investigações contra a quadrilha tiveram início em 24 de abril, quando um furto de combustível em dutos da Transpetro provocou um enorme vazamento de gasolina, ferindo quatro pessoas, entre elas a menina Ana Cristina Pacheco Luciano, de nove anos, que acabou não resistindo e morrendo um mês depois.

Na primeira e segunda fases da Operação Graciosa quatro pessoas envolvidas no crime já tinham sido presas. A operação de hoje tem o apoio da Secretaria de Estado de Fazenda, Ministério Público, Delegacia de Polícia Judiciária Militar (3ª DPJM), Agência Nacional de Petróleo, Petrobras Transportes S/A e Instituto de Pesos e Medidas.

Prejuízo de R$ 2,9 milhões

Em julho deste ano, a Justiça determinou a prisão preventiva de três suspeitos de perfurar o duto da Transpetro. De acordo com a denúncia do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), a companhia de transportes de combustíveis teve um prejuízo de R$ 2,896 milhões.

William Cesar Vieira, Mateus Kevin da Silva Belo e Wesley Muniz Pollete foram acusados de perfurarem o duto Orbel I da Transpetro e provocarem um vazamento de cerca de 237 mil litros de gasolina.

Na ocasião, o furto de combustível não chegou a se concretizar pois houve um rompimento da mangueira que não suportou a alta pressão do duto. O vazamento, que configura crime ambiental, além de provocar a morte da criança, fez com que outros 17 moradores da região precisassem deixar suas casas.

Outras quatro pessoas também foram apontadas com envolvimento na ação. Entre elas, a mãe da criança - Fernanda Pacheco Luciano, de 26 anos e o avô, Antônio Martins da Silva. De acordo com a denúncia, os dois participavam como vigilantes. Em depoimento, Fernanda negou a acusação.

Vítima do furto de combustível

A menina Ana Cristina, morreu após ter 80% do corpo queimado durante o vazamento de combustível que ocorreu em função da perfuração de dutos na região de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A criança foi encontrada desmaiada em uma poça de gasolina e socorrida. Ela foi internada no Hospital estadual Adão Pereira Nunes, com queimadura nas mãos, braços e pernas, mas não resistiu aos ferimentos.

Na ocasião, a quadrilha furtava gasolina do tipo A - pura, sem álcool anidro, e por isso, muito mais forte. O duto alvo dos criminosos transportava combustível entre Rio de Janeiro e Minas Gerais.