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Familiares conseguiram falar com pessoas que estão sob escombros de prédio

Veja como foi o desabamento do prédio em Fortaleza

UOL Notícias

Daniel Herculano

Colaboração para o UOL, em Fortaleza

15/10/2019 12h23Atualizada em 15/10/2019 19h16

Tenente Romário, assessor do Corpo de Bombeiros do Ceará, disse que familiares conseguiram conversar com pessoas que estão sob os escombros de um prédio de sete andares que desabou nesta manhã em Fortaleza. Até o momento, nove pessoas foram resgatadas.

"Temos relatos de pessoas que conseguiram conversar por telefone com gente que está dentro da estrutura colapsada e a gente está usando isso como referência para fazer as buscas", disse ele em entrevista à Globonews.

Ele explicou que esses relatos estão ajudando a guiar os bombeiros nas buscas. "O trabalho é feito por duas vias: tanto pela busca direta de pessoas com as equipes fazendo a varredura auditiva, algum sinal que indique a presença de pessoas, como também com base no relato de familiares, amigos que estavam do lado de fora e que vão indicando."

Segundo o tenente, havia 18 pessoas durante o acidente, nove já foram resgatadas, todas com vida. "Todo esse trabalho tem tudo para durar alguns dias, existem muitas camadas onde é possível haver pessoas", explicou.

Saindo do local dos escombros visivelmente abalada, a aposentada Sandra Suerly disse que veio na tentativa de encontrar seu irmão, Gildásio Holanda, e a sobrinha Mayara Silveira.

"Ele é recém-viúvo, chegou há pouco tempo de Portugal e estava apenas passando um tempo no apartamento da nossa família. Meu filho falou com eles hoje de manhã, estavam no apartamento, tinham voltado da rua hoje de manhã. Que tristeza", contou.

Ela tentou acompanhar o resgate, mas, emocionada, não conseguiu. "Estou indo para casa porque estou sem condições de ficar aqui, não dá."

Bombeiros e Defesa Civil trabalham nos escombros. Os familiares que chegam ao local da tragédia são encaminhados para um local reservado, com auxílio psicológico e acolhimento.

Duas psicólogas se voluntariaram para prestar apoio às famílias. Caroline Rocha mora há alguns quarteirões da tragédia e Ana Cláudia soube do ocorrido e veio de forma espontânea para ajudar.

José Anazildo Jr. mora em frente ao prédio e escutou o estrondo. "Foi tão rápido que nem conseguir correr para socorrer ninguém, foi desesperador escutar gritos de socorro e não poder fazer nada", disse.

Ele teve de evacuar sua casa, que fica na travessa Ginete, por risco de vazamento de gás.