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Polícia investiga morte de recém-nascida em hospital; pai acusa médica

Casal perde filha após suposto acidente em hospital de Itapira (SP) - Reprodução/Facebook
Casal perde filha após suposto acidente em hospital de Itapira (SP) Imagem: Reprodução/Facebook

Eduardo Schiavoni

Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto (SP)

07/11/2019 11h36

A Polícia Civil de Itapira (SP) investiga a denúncia de que uma recém-nascida morreu depois de um suposto mau atendimento no Hospital Municipal da cidade. A acusação é feita pela família da vítima, que morreu 30 minutos depois de nascer.

A causa teria sido uma pancada na cabeça, ocorrida depois que uma das profissionais que fez o parto bateu, acidentalmente, a cabeça dela em uma mesa de instrumentos. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) afirmou que pode abrir sindicância para apurar o caso.

O caso foi registrado pelo pai da criança, Matheus Nóbrega da Silva, 18, nessa terça-feira (5), e o corpo da recém-nascida foi enterrado na tarde de ontem.

Quando minha filha nasceu, a doutora puxou pela cabeça. Ao sair, ela bateu onde se estava os materiais cirúrgicos, uma mesa de ferro. Meia hora depois, ela morreu, e ninguém sabe nos dizer o real motivo da morte
Matheus Nóbrega da Silva, em entrevista ao UOL

Segundo ele, o casal foi atendido pela primeira vez na noite da segunda-feira. A mãe da criança, uma jovem de 15 anos, começou a ter contrações. Foi atendida no hospital municipal de Itapira e liberada após ser medicada. Horas depois, as dores pioraram, segundo o pai, e o casal voltou ao hospital.

Aline gestação - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Mãe da criança posta foto durante gestação; bebê morreu 30 minutos após parto
Imagem: Reprodução/Facebook
Na madrugada da terça, foi constatado então o aumento de dilatação, e a adolescente foi internada e preparada para o parto. Após o parto, a criança recebeu massagem cardíaca depois da suposta batida com a cabeça na mesa e foi levada à incubadora, respirando com a ajuda de aparelhos, mas morreu após 30 minutos.

De acordo com Matheus, a família não recebeu a certidão de óbito e nem foi informada da causa da morte. "Não me deram nada. Até agora, não sabemos o que aconteceu com a nossa filha. Só sabemos que ela se foi e que vai fazer muita falta na nossa vida. Minha mulher está muito mal, com muitas dores, na alma e no corpo. E o pior é não saber o que aconteceu", explicou.

Outro lado

Procurada, a Secretaria de Saúde de Itapira informou que se solidariza com a dor da família. "Estamos empenhados para elucidação das dúvidas geradas em relação ao atendimento prestado durante a internação. A Secretaria informa ainda que está ao aguardo do laudo do Serviço de Verificação de Óbitos do Estado de São Paulo. Portanto, a fim de esclarecer todos os fatos a investigação segue em sigilo profissional", informou.

A reportagem tentou contato com a médica acusada pela família da recém-nascida de má-conduta, mas não conseguiu falar com ela até o fechamento da matéria.

Investigação

O delegado Anderson Cassimiro de Lima, responsável pela investigação, já tomou o depoimento dos pais e informou que irá ouvir também o hospital. A Polícia Civil comunicou, ainda, que o laudo necroscópico já foi solicitado para determinar a causa da morte da recém-nascida. A partir do documento, as autoridades irão apurar eventuais responsabilidades e, se for o caso, abrir o inquérito para eventual responsabilização dos profissionais.

O Cremesp divulgou, em nota, que, "no caso em questão, o Cremesp poderá abrir sindicância para apurar se houve indícios de má conduta ética e profissional, respeitando os fluxos formais e garantindo o direito de manifestação a todos os envolvidos".