Polícia prende mentor da quadrilha que roubou 760 kg de ouro em Guarulhos
Policiais Civis do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) prenderam, na noite ontem, mais um envolvido no roubo dos mais de 700 quilos de ouro, ocorrido no terminal de cargas do aeroporto de Guarulhos, em julho do ano passado. Segundo a polícia, a carga corresponde a cerca de R$ 110 milhões.
Após a denúncia sobre tráfico de drogas envolvendo Francisco Teotônio da Silva Pasqualini, de 55 anos, nas imediações do bairro Heliópolis, agentes da 6° Delegacia da Divisão de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) iniciaram diligências e localizaram o suspeito na Rua José de França Dias, no bairro São José, em São Caetano do Sul.
Quando questionado sobre a autoria dos crimes e histórico criminal, o criminoso confessou a condição de procurado da Justiça.
O criminoso, conhecido também pelo apelido de "Véio", foi conduzido à delegacia, onde foi confirmado o mandado de prisão em aberto expedido pela 6ª Vara Criminal de Guarulhos. A captura foi formalizada e o autor encaminhado para a prisão.
Ação dos ladrões
Gravada por câmeras de segurança, a ação dos criminosos durou menos de cinco minutos, entre a entrada dos criminosos no local e a fuga, de acordo com policiais federais. Não houve tiroteio e ninguém ficou ferido.
Depois de clonarem dois carros com adesivos da Polícia Federal, munidos de armas de grosso calibre, balaclavas e coletes à prova de balas, os homens obrigaram funcionários do terminal a colocarem o ouro nos veículos. De acordo com a polícia, ao menos dez pessoas participaram do crime.
Quem são os presos
- Peterson Patrício - supervisor de segurança da GRU Airport, teve a família sequestrada um dia antes do crime;
- Marcelo Ferraz, o Capim - já foi condenado por roubo e tráfico de drogas, segundo a polícia;
- Peterson Brasil - amigo de Peterson Patrício;
- Célio Dias - trabalhava no estacionamento em que a quadrilha abandonou as viaturas clonadas.
Ligação com roubo da Prosegur
De acordo com os delegados Pedro Ivo Corrêa e João Hueb, da 5ª Delegacia do Patrimônio (Delegacia de Investigações sobre Roubo a Banco), a quadrilha que roubou o carro-forte da empresa de segurança Brinks, em Guarulhos, é uma ramificação de outra organização criminosa que atua desde 2013 e que teria sido responsável pelo assalto à empresa Prosegur no Paraguai, em 2017. Foram roubados cerca de R$ 40 milhões na ação.
Os delegados afirmam que organizações criminosas como essa, sempre buscam um funcionário para ajudar no crime, assim como foi feito com Peterson Patrício.
Apesar da ligação com outra organização, a polícia afirmou que não apurou que houve participação de facções criminosas.
Caminho do ouro
A polícia apura se o ouro foi dividido e cada um dos criminosos tenha pegado sua parte. No entanto, segundo as investigações, a tendência de organizações criminosas como esta é que o metal seja mandado para outros países, como China, onde o ouro é mais caro.
Filetes de ouro são colocados dentro de celulares e levados para a China, por exemplo, pelos chamados "formiguinhas", responsáveis por levar quantidades pequenas do metal.
Na tarde de ontem, um comerciante chinês foi preso na região da avenida Paulista com dez chapas de ouro, que pesavam cerca de 1,1 kg, no total. Ele já passou por audiência de custódia e deve continuar na prisão. A polícia ainda investiga se há ligação com o roubo em Guarulhos.
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