Fundador do AfroReggae explica a “metástase da corrupção" no Brasil
Convidado de hoje do programa Morning Show, da rádio Jovem Pan, para divulgar o filme "A Divisão", o fundador da ONG AfroReggae José Junior comentou sobre situação da segurança no Rio de Janeiro e a corrupção no Brasil.
O filme, que aborda a onda de sequestros na década de 1990, mostra uma força-tarefa de policiais com valores profissionais e morais distintos para acabar com o caos instalado à época no Rio de Janeiro. Apesar da queda drástica dos sequestros nos dias atuais, José Junior acredita que o Rio de Janeiro é um estado "atípico" quanto à questão da segurança em geral.
"O crime no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, se adequa com o vácuo do poder. O Rio de Janeiro hoje tem 1200 áreas conflagradas e quase 20 grupos armados disputando território. Isso só acontece no Rio de Janeiro", disse.
Produtor do filme, Júnior comentou sobre trecho do longa que diz que a polícia foi feita para ser corrupta e violenta.
"É um exemplo, simples, bobo, porém é o que acontece. Se um policial aborda qualquer pessoa que está com a habilitação atrasada, essa pessoa quer ser detida? Para ela, é muito mais fácil dar um cafezinho ou cerveja. A própria sociedade é favorável a esse tipo de postura quando ela se beneficia. A gente não pode esquecer que o policial também é sociedade. Quiséramos nós que a corrupção institucionalizada no Brasil fosse apenas policial, porque é microscópica perto dos altos níveis de corrupção que existem [...] Eu acho que a gente fala muito da corrupção policial, mas a corrupção é generalizada. É uma metástase que a gente vive hoje no Brasil", explicou.
Para o líder do AfroReggae, não há muitas mudanças no combate à corrupção com relação a anos anteriores.
"Mudou somente o personagem, quem era o corrupto e o corruptor. O sistema continua o mesmo, porém com personagens diferentes nas altas esferas, como estamos vendo. O Brasil acha que mudou nas eleições passadas, ele não mudou. Ele continua o mesmo", finalizou.
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