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RR identifica doença que afeta presos e fala em efeito de sarna não curada

Segundo o governo de Roraima, os presos têm uma infecção de pele causada por bactérias - OAB/RR
Segundo o governo de Roraima, os presos têm uma infecção de pele causada por bactérias Imagem: OAB/RR

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

21/01/2020 14h42

A Secretaria Estadual de Saúde de Roraima apresentou hoje um diagnóstico para os presos da Penitenciária Agrícola do Monte Cristo, em Boa Vista, internados com coceiras e feridas pelo corpo.

Segundo a pasta, ao menos sete estão internados no Hospital Geral de Roraima (HGR) com piodermite, infecção de pele causada por bactérias e resultado de uma sarna não tratada.

"É uma infecção de pele oportunista, que ocorre quando já existe uma lesão de pele tipo escabiose. As análises laboratoriais feitas pela CGVS (Coordenação Geral de Vigilância em Saúde) descartaram a hipótese de bactéria não identificada", informou a secretaria.

A pasta também afirmou que os presos passaram por atendimento de infectologista e dermatologista e estão recebendo tratamento.

"Exames diários e tratamento continuado estão sendo feitos. Todos os pacientes estão tendo progressiva melhora. A Sesau destaca que estão sendo adotados todos os protocolos para garantir a segurança no HGR (Hospital Geral de Roraima)", conclui a nota.

A pasta ainda afirmou que há 29 presos internados ao todo no hospital, com problemas diversos.

Reunião

Hoje, uma reunião entre os órgãos definiu ações emergenciais para o problema, como a destinação emergencial de medicamentos e coleta de sangue dos presos para exames.

No encontro, a Sejuc (Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania) se comprometeu a abrir o presídio para entrega de kit de higienes e roupas aos presos por familiares. Além disso, se comprometeu a limpar as celas.

Também ficou acertado que os casos mais graves devem ser indicados para perícia médica ainda esta semana. Já uma ala deve ser destinada pelo hospital para tratamento dos presos, com reforço na segurança.

"A Defensoria vai continuar tomando todas as cabíveis para que as pessoas possam cumprir suas penas em ambiente digno", afirmou o defensor público-geral do estado, Stélio Dener.

Denúncias

Nos últimos dias, o Ministério Público estadual tem denunciado superlotação e falta de higiene nas celas, que têm até 15 presos em um espaço de 6 metros quadrados.

O caso mobilizou entidades locais, nacionais e internacionais. Ontem, a CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) publicou nota dizendo que estava ciente do problema e cobrou soluções das autoridades brasileiras.

No pedido feito à Justiça, o MP quer impedir que novos presos sejam levados ao local e pediu interdição de parte do presídio.