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DF: menor suspeita de matar homem a tijoladas alega tentativa de estupro

Delegacia da Criança e do Adolescente no DF, onde menor está apreendida suspeita de matar um homem a tijoladas - Divulgação/Polícia Civil DF
Delegacia da Criança e do Adolescente no DF, onde menor está apreendida suspeita de matar um homem a tijoladas Imagem: Divulgação/Polícia Civil DF

Nathalia Zôrzo

Colaboração para o UOL, em Brasília

29/01/2020 18h15

A Polícia Civil do Distrito Federal apreendeu uma adolescente de 13 anos acusada de matar um homem de 52 anos com chutes e tijoladas. A menor disse à polícia que o agrediu para se defender de uma tentativa de estupro. O crime ocorreu no Areal, região a 20 km de Brasília, na noite de ontem. Quando a Polícia Militar chegou, o mecânico Antônio Soares da Silva já estava morto.

Segundo a menina, ela e a irmã, que está grávida, tinham acabado de sair de um bar, por volta das 23h, quando o homem se aproximou, assoviou para ela, mostrou o pênis e tentou agarrá-la. A adolescente disse que nesse momento começou a agredi-lo. A menor confessou que tinha bebido e usado rohypnol (substância encontrada em medicamentos de combate a insônia) minutos antes no bar.

Já a irmã dela desmentiu as informações. Afirmou em depoimento à polícia que a caçula conhecia Antônio, já tinha pegado caronas com ele e que ele às vezes pagava lanches para ela. A mulher disse que não notou a investida do homem e que, quando se deu por conta, a caçula já estava agredindo a vítima.

Ela disse ainda que a menor estava tão descontrolada que acabou dando socos na barriga dela quando ela tentou apartar a briga. A gestante acabou passando mal e precisou ir ao hospital. Ela também confessou ter ingerido bebida alcoólica e drogas.

O delegado Juvenal de Oliveira Campos informou ao UOL que a menor tem passagem por ato infracional análogo a roubo.

"Mesmo que seja verdadeira essa tentativa de estupro, ela exagerou na defesa, porque, segundo a irmã, a vítima já estava desacordada e a menina continuava dando tijoladas. Então a tentativa de estupro não tem mais relevância, porque de vítima ela passou a ser autora. Isso não é mais legítima defesa; é agressão", disse ao UOL.

O delegado informou que há ainda outra linha de investigação, já que testemunhas disseram em depoimento que Antônio vigiava carros na oficina mecânica onde trabalhava e que havia pessoas no bairro interessadas em roubar esses veículos. Ele investiga, portanto, a possibilidade de que a menor tenha simulado uma tentativa de estupro para afastar a vítima da garagem e permitir que comparsas levassem os carros. "A gente já pediu imagens das câmeras de monitoramento do local e esperamos esclarecer logo o que de fato ocorreu", afirmou o delegado.

A menor está na Delegacia da Criança e do Adolescente e vai responder por ato infracional análogo ao homicídio.

A vítima também tinha passagens pela delegacia por tentativa de homicídio, Lei Maria da Penha e embriaguez ao volante.