Coronavírus: Primeira morte em Campinas é de idoso que vivia em asilo
A Prefeitura de Campinas (SP), a 100 km da capital, confirmou hoje a primeira morte por covid-19, doença causada pelo novo tipo de coronavírus. A vítima é um idoso, de 86 anos, que vivia em uma casa de longa permanência na cidade. A identificação do homem e o nome da casa não foram divulgados.
O paciente foi internado anteontem em um hospital particular da cidade por causa de uma pneumonia. Tratado, recebeu alta e foi para a casa de parentes. Mais tarde, apresentou complicações, e morreu durante a madrugada.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Andrea Von Zuben, disse que técnicos da pasta vão investigar os outros idosos com problemas respiratórios na instituição onde o que morreu estava internado. "Não é possível determinar que a contaminação por covid-19 aconteceu na casa de repouso", afirma Andrea.
Hoje, o prefeito Jonas Donizette (PSB) determinou que as visitas de familiares em todas as instituições estão proibidas. "Assim, nós vamos garantir que a contaminação não aconteça em nenhuma circunstância", disse. Medida parecida já foi tomada, há duas semanas, na cidade vizinha, Hortolândia (SP).
Campinas tem 33 casos confirmados e outros 550. Destes, cinco estão internados - três em estado grave.
Médico "se deu alta" e pode ter morrido pela doença
Na entrevista coletiva de hoje, o prefeito contou um caso de um caso suspeito de morte pelo coronavírus - não é hábito, já que apenas as confirmações são divulgadas. Mas, o dado chamou a atenção: a possível vítima é um médico, cirurgião-plástico, de 62 anos, que teria "se dado alta".
"Ele assinou um documento se dando alta e acabou perdendo a vida. O caso ainda não está confirmado, mas nossos técnicos avaliaram que é muito provável que se confirme", explicou o prefeito.
Não foram divulgados mais detalhes, como a data da morte. O resultado do laudo deve sair ainda esta semana.
Família critica fala do prefeito
Após a publicação da matéria, a família do médico Juan Uchôa divulgou uma nota negando que o cirurgião tenha "se dado alta" e classificou a fala do prefeito como "infeliz e leviana". "Na condição de prefeito, cabe a nobre missão de informar a sociedade averiguando a veracidade das informações. Como homem público, as palavras tem peso e deveriam estar revestidas de responsabilidade", afirmam os parentes, no texto. O homem, segundo os familiares, procurou um hospital no dia 20 de março após sentir dores no estômago. Um raio-x teria constatado uma pneumonia. Após tratado, recebeu alta. No último sábado, sentiu falta de ar e buscou novamente a unidade particular. Ele foi internado na Unidade de Terapia Intensiva e não resistiu. Um exame foi colhido e o resultado ainda não está disponível. Em entrevista coletiva nesta terça-feira, o prefeito Jonas Donizette reconheceu o erro e pediu desculpas para a família.
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