RJ: Ex-subsecretário é preso suspeito de fraude na compra de respiradores
Uma operação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro prendeu hoje o ex-subsecretário de Saúde do Rio de Janeiro, Gabriell Neves. Ele é suspeito de integrar uma organização criminosa envolvida na compra de respiradores pelo Estado. Os equipamentos são considerados essenciais por causa da pandemia do novo coronavírus.
Além de Neves, o MP busca prender outras quatro pessoas. O grupo teria sido estruturado para conseguir vantagens em contratos emergenciais — sem necessidade de licitação — em meio ao cenário de pandemia.
A operação batizada de Mercadores do Caos também cumpre 13 mandados de busca e apreensão na cidade do Rio de Janeiro.
Neves foi exonerado no mês passado pelo governador Wilson Witzel. O UOL tenta localizar a defesa dele.
Indícios de superfaturamento de R$ 4,9 milhões
Como a investigação é sigilosa, o MP não deu mais detalhes. No dia 15 de abril, contudo, o órgão anunciou que investigaria o grupo e chegou a especificar o que via de irregular até aquele momento. Havia indícios de um superfaturamento de cerca de R$ 4,9 milhões, já que 50 respiradores tinham sido comprados por R$ 9,9 milhões, preço que seria o dobro do valor de mercado.
Os equipamentos foram comprados junto à empresa A2A Comércio Serviços e Representações LTDA, que, segundo os investigadores, não é especializada na área. Cada equipamento custou R$ 198 mil, "mais que o dobro de seu preço no mercado brasileiro". Os indícios de irregularidades foram apontados em reportagem do Blog do Berta, que cobre especificamente o Rio de Janeiro.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, naquela ocasião, a Secretaria Estadual de Saúde informou que afastou temporariamente Neves. "Esta medida tem o objetivo de assegurar que os processos de auditoria externa possam ocorrer sem qualquer tipo de suspeição ou interferência", disse a pasta.
"Além disso, por decisão do governador Wilson Witzel e do secretário Edmar Santos, (a secretaria) abriu auditoria permanente para acompanhar todos os contratos realizados pela pasta durante o período de estado de emergência. Nesse processo, foi solicitado que a Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas, Ministério Público e Controladoria Geral do Estado acompanhem e auditem as contratações de bens e serviços realizadas especificamente para o enfrentamento do coronavírus no Estado", complementou a secretaria.
* Com informações da Agência Estado
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