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Fiocruz recomenda lockdown no RJ e prevê 'período longo de crise' no país

Do UOL, em São Paulo

06/05/2020 18h40Atualizada em 07/05/2020 11h55

A Fiocruz recomendou hoje, em ofício enviado ao Ministério Público do Rio de Janeiro, que o estado adote o lockdown, ou seja, que autorize a saída apenas de trabalhadores de atividades essenciais e pessoas que usarão esses serviços, para evitar a propagação do coronavírus.

"Teremos que nos preparar para um período muito longo de crise humanitária", afirmou o vice-presidente da Fiocruz, Valcler Rangel, em entrevista à Globo News. "Teremos que aprender rapidamente a conviver com isso e conviver da melhor forma possível, com cada vez menos mortes".

O Ministério Público deu prazo de um dia para o governo de Wilson Witzel responder à solicitação.

O lockdown é uma medida mais dura implementada pelo poder público para garantir o distanciamento social. O regime está em vigor há semanas em países da Europa e, desde ontem, no estado do Maranhão.

Rangel citou as populações de baixa renda como as mais suscetíveis a sofrer com o aumento do número de casos e, principalmente, de mortes em decorrência da covid-19.

Ele reforçou, ainda, a importância de respeitar orientações de isolamento social: "Claro que a população está cansada de ficar em casa, de não trabalhar, mas as medidas precisam ser mais rígidas para que os casos reduzam e o sistema de saúde possa funcionar melhor. A defesa da vida é fundamental".

O estado do Rio de Janeiro registra hoje 11.721 pessoas infectadas por coronavírus e 1.065 óbitos.

Witzel 'não cogita' lockdown

Wilson Witzel chegou a descartar na semana passada a adoção de um lockdown.

A declaração foi feita ao jornal O Globo, depois que o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos (Saúde) disse à TV Globo que o Brasil "tem tido uma dificuldade muito grande no sentido de fazer valer realmente o isolamento social" e estimou que existam 140 mil pessoas com coronavírus no estado sem saber atualmente.

Mas, na última segunda-feira (4), em entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, admitiu a discussão de medidas mais duras de distanciamento social.