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Polícia da BA reproduz operação que terminou com a morte de Capitão Adriano

50 agentes participaram da reprodução da operação - Alberto Maraux/SSP-BA
50 agentes participaram da reprodução da operação Imagem: Alberto Maraux/SSP-BA

Juliana Almirante

Colaboração para o UOL, em Salvador

12/07/2020 14h27

A operação que terminou com a morte do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe do Escritório do Crime, foi reproduzida na manhã de hoje (12) pelas polícias Civil e Técnica da Bahia, em um sítio da cidade de Esplanada, cerca de 170 km distante de Salvador.

A repetição da ação policial foi coordenada pelo DPT (Departamento de Polícia Técnica) da Bahia e teve a participação de cerca de 50 agentes. Foram 4 horas de reprodução das buscas, da localização e da abordagem ao miliciano.

De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), os três militares envolvidos na ação, que ocorreu no dia 9 de fevereiro deste ano, também participaram da reprodução de hoje.

Eles mostraram como foi a tentativa de cumprir o mandado de prisão contra Nóbrega, mais conhecido como Capitão Adriano, a entrada no imóvel rural onde ele se escondia, o confronto com a polícia e a prestação de socorro.

O laudo da reprodução será enviado junto aos exames periciais que foram realizados no corpo do miliciano, assim como o colete balístico atingido no confronto e a análise feita no local.

reprodução cabo adriano - Alberto Maraux/SSP-BA - Alberto Maraux/SSP-BA
Reprodução foi em um sítio na cidade de Esplanada, cerca de 170 km de Salvador
Imagem: Alberto Maraux/SSP-BA

"Desde o início, fomos transparentes sobre como ocorreu essa operação. Divulgamos depoimentos dos policiais e o laudo de necropsia. A reprodução simulada é mais uma maneira de esclarecer o caso e oferecer todos os subsídios à Polícia Civil para concluir o inquérito", afirmou, em nota, o secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Teles Barbosa.

Ainda conforme Barbosa, depois que inquérito for concluído, o resultado da investigação será divulgado e encaminhado aos órgãos responsáveis.

Nóbrega é ex-tenente do Bope (Batalhão de Operações Especiais) do Rio de Janeiro. A reprodução simulada de hoje foi executada após solicitação do Draco (Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado) da Polícia Civil.

reprodução cabo adriando 2 - Alberto Maraux/SSP-BA - Alberto Maraux/SSP-BA
Foram 4 horas de reprodução das buscas, da localização e da abordagem ao miliciano
Imagem: Alberto Maraux/SSP-BA

Morte do ex-tenente

A operação que terminou com a morte do ex-tenente do Bope em fevereiro foi alvo de uma disputa de versões.

A SSP informou que ele teria reagido com disparos de arma de fogo e foi baleado em seguida. Por outro lado, a defesa de Nóbrega questionou a versão oficial e sustentou que ele teria sido executado.

Nóbrega estava foragido pelo menos desde o início do ano passado, quando o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) solicitou a sua prisão, com a acusação de que ele comandava uma milícia e um grupo de extermínio ligado a ela que age na zona oeste da capital fluminense.

Uma reportagem da Revista Veja foi publicada em fevereiro com fotografias do ex-PM morto e avaliação de legistas que apontaram que ele teria morrido com tiro a curta distância.

A hipótese, no entanto, foi rechaçada pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia.