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Mulher pisada por PM em SP diz que 'achou que ia morrer como George Floyd'

Mulher negra de 51 anos foi jogada no chão, pisada e arrastada pelo policial - Mulher de 51 anos foi pisada por policial em São Paulo, em maio
Mulher negra de 51 anos foi jogada no chão, pisada e arrastada pelo policial Imagem: Mulher de 51 anos foi pisada por policial em São Paulo, em maio

Do UOL, em São Paulo

14/07/2020 10h33Atualizada em 14/07/2020 16h18

A mulher de 51 anos que aparece em um vídeo sendo agredida e quase asfixiada por um policial no bairro de Parelheiros, em São Paulo, participou hoje do "Encontro com Fátima Bernardes" para falar sobre o caso. Na entrevista, Ana (nome fictício) disse que se lembrou do caso de George Floyd durante a agressão.

Ela contou que havia acompanhado os desdobramentos do caso de Floyd, um segurança negro norte-americano que foi morto sob custódia policial, que gerou protestos antirracistas ao redor do mundo. Assim como aconteceu com ele, Ana foi pisada no pescoço pelo oficial.

"Achei que ia morrer que nem ele", disse. Embora o caso tenha acontecido em maio, Ana comentou também que ainda sente as sequelas psicológicas.

"Eu continuo lembrando da primeira imagem, quando ele estava me pisoteando. Ainda não consigo dormir a noite inteira, acordo várias vezes", contou. "Eu fico pensando porque ele fez aquilo comigo... Eu não era a única pessoa lá".

A mulher completou dizendo que não voltou ao trabalho ainda: "Não tenho condições [físicas], estou com a perna fraturada, e não tenho psicológico".

As agressões ocorreram no dia 30 de maio. Além de quase ser asfixiada, Ana foi jogada no chão e arrastada. Ela sofreu escoriações no rosto e quebrou a perna.

Doria se diz 'estupefato'

Ontem, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que os dois policiais filmados agredindo Ana e outros moradores em Parelheiros responderão a inquéritos na Justiça. Em entrevista coletiva, Doria se disse "impactado" e "estupefato" e fez diversas críticas à abordagem policial.

"Quero deixar claro que o estado de São Paulo não tolera e não tolerará nenhum comportamento que seja de violência praticada pela Polícia Militar, pela Polícia Civil, pelo Corpo de Bombeiros ou qualquer outra polícia que esteja sob o comando do governo", afirmou o governador.