Topo

Esse conteúdo é antigo

Secretário de Segurança de Santos diz não conhecer desembargador multado

Do UOL, em São Paulo

20/07/2020 11h08Atualizada em 20/07/2020 15h55

O secretário de Segurança Pública da cidade de Santos, Sérgio Del Bel Júnior, negou que tenha alguma relação de amizade com o desembargador do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) Eduardo Siqueira — que humilhou um guarda após ser multado por não usar máscara, item obrigatório no estado de São Paulo durante a pandemia do novo coronavírus.

"Eu nem sabia quem era. Não conheço esse homem e nunca estive com ele. Eu o vi pelo vídeo, como todas as outras pessoas", disse ao jornal A Tribuna.

Ontem, em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, Del Bel afirmou que não tinha relação com Eduardo.

"Ele já tinha falado comigo outras vezes pelo mesmo motivo. Me parecia um pouco nervoso. Eu tentei acalmar, só que eu não tive tempo. Eu nunca tive contato social, nem funcional, nem por telefone com ele, a não ser nas situações em que ele foi abordado pela guarda e me telefonou", afirmou o secretário.

Ele se referia aos outros três episódios em que o desembargador lhe telefonou, segundo o próprio Del Bel. Em uma delas, ele tentou acalmar Eduardo ao ser repreendido por não usar máscara em Santos — que é obrigatório por meio do decreto nº 8.944, de 23 de abril de 2020, assinado pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

O secretário publicou ainda um vídeo afirmando, mais uma vez, não conhecer o desembargador e elogiou a postura dos guardas municipais ao multá-lo.

Na gravação de sábado (18), Eduardo Siqueira se revoltou ao ser multado por não usar máscara e ligou para Del Bel na tentativa de intimidar os guardas municipais. Ele conversa com o secretário e chamou o agente Cicero Hilário Roza Neto de "analfabeto".

No fim, ele rasgou a multa e jogou na areia.

Um segundo vídeo mostra que Eduardo já tentou intimidar guardas em outra abordagem em Santos. Neste, ele diz ser amigo do ex-governador de SP, Márcio França (PSB-SP) e, em dado momento, fala em francês.

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e o TJ-SP afirmaram que vão apurar a conduta do desembargador após o episódio divulgado.