Médico é preso suspeito de participar de racha que matou operário no PR
A Polícia Civil do Paraná prendeu ontem em um condomínio de luxo no bairro Cidade Industrial, em Curitiba, o médico dermatologista Ulisses Misima Ribeiro, de 43 anos. Ele é suspeito de participar de um suposto racha na BR-277 que causou a morte do operário Marcelo da Trindade, de 48 anos, em 13 de julho. A vítima foi atropelada por uma BMW que disputava corrida com o médico, diz a investigação.
Segundo a Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), o médico conduzia um Volvo a 179 km/h momentos antes do acidente. Além do laudo, a investigação ainda colheu depoimentos de quatro testemunhas que confirmaram um racha em alta velocidade entre o médico e o condutor da BMW, o produtor musical Silvio Duarte Alencar, de 21 anos.
O produtor musical estaria a mais de 140 km/h quando capotou ao invadir o canteiro central onde estava Marcelo da Trindade. A vítima era trabalhador terceirizado da concessionária e realizava manutenção da vegetação no momento do acidente.
A prisão do médico é temporária por cinco dias. Ele está no Complexo Médico Penal de Curitiba. Em depoimento, Ulisses confirmou que conduzia o veículo, mas negou a prática de racha com a BMW. Ambos não se conhecem, segundo a polícia.
No momento do acidente, o médico conduzia o veículo com duas crianças no banco traseiro e o produtor musical estava sozinho, de acordo com a investigação. A Polícia Civil pediu a prisão porque Ulisses não se apresentou espontaneamente à delegacia e para colher novas provas do crime.
"Após intenso trabalho de investigação conseguimos identificar o condutor do Volvo e representamos pela prisão temporária desse indivíduo e apreensão do veículo. Ele foi conduzido e durante o interrogatório confirmou que era o motorista, mas negou a prática do racha, informando que não sabia a velocidade que se encontrava. Afirmou também que não tomou conhecimento do acidente enquanto dirigia", comentou o delegado Edgar Santana.
Silvio foi preso em flagrante no dia do acidente e passou uma semana internado no Hospital Evangélico, em Curitiba. Ele conseguiu liberdade antes de receber alta.
O médico e o produtor musical respondem pelo crime de homicídio doloso, quando se assume o risco de matar, e o crime de participação em corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada, que caracteriza o racha.
Defesas negam rachas
O escritório que defende o médico enviou uma nota ao UOL informando que a "a prisão era desnecessária e que espera a sua imediata revogação" pela Justiça antes do fim do prazo de cinco dias.
"O laudo do instituto de criminalística concluiu que não houve qualquer responsabilidade de Ulisses na perda de controle do outro veículo que causou o acidente. Não existiu prática de racha", concluiu a breve nota assinada pela banca Breda Advogados.
Leandra Diega Wagner, advogada que atua na defesa do produtor musical, também negou a prática de racha.
"Desde que o Silvio foi preso em flagrante sempre negou qualquer prática de racha. Ele disse à polícia que viu crianças dentro do veículo Volvo e que esse carro transitava de uma faixa para outra. Como o médico o fechou, para não atingir as crianças, deslocou para o canteiro, mas não acreditava que fosse capotar e atingir alguém", afirmou a advogada.
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