Associação de funerárias diz que faltam caixões para enterro social no DF
A presidente da Associação de Funerárias do Distrito Federal, Tânia Batista, afirmou que faltam caixões na capital do país para atender famílias que fazem o pedido de enterro social.
Em entrevista à TV Globo, Batista declarou que a escassez dos caixões é reflexo do aumento nos enterros devido às mortes pela covid-19. Segundo ela, desde o fim de junho, as funerárias têm doado caixões para famílias sepultarem seus parentes porque os estoques do governo distrital estariam zerados.
A presidente da associação disse ainda que as empresas enviaram um ofício ao governo do DF alertando sobre uma possível situação de "abandono de corpos" e de "colapso" do sistema funerário.
"Vai ter um colapso. Hospitais vão lotar porque, infelizmente, não tem onde armazenar [os corpos]. Vai ter superlotação", declarou. "Em breve, teremos casos em Brasília de abandono de corpos, o que, além de desumano, constitui um grave problema sanitário."
Governo diz que não houve interrupção
Procurada pelo UOL, a Sedes (Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal) afirmou, em nota, que não houve interrupção na concessão do Auxílio por Morte para a realização dos enterros sociais.
Sem confirmar se houve falta de caixões, a pasta informou que o processo de compra de 1.020 novas urnas funerárias já foi finalizado, e a previsão é de que cheguem nas próximas 48 horas (até sexta-feira).
A secretaria disse ainda que houve um aumento nos pedidos de enterro social em 2020. Nos últimos cinco meses, foram feitos 889 pedidos no Distrito Federal contra 540 no mesmo período em 2019.
Enterro Social
O enterro social é um benefício concedido a pessoas ou famílias com renda de até meio salário mínimo (R$ 522,50 em 2020) que morem no DF e estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.
Por meio desse benefício, a administração pública arca com custos do caixão, velório e sepultamento, incluindo transporte funerário, utilização de capela, pagamento de taxas e colocação de placa de identificação.
Quando o governo fica impedido de fornecer algum dos itens previstos em lei, a Sedes pode conceder, em parcela única, o benefício no valor de R$ 415 para o custeio das despesas do sepultamento.
Esse valor, no entanto, seria insuficiente para cobrir os gastos com o sepultamento no DF, que não sai por menos de R$ 1.000, incluindo caixão, transporte e taxas, de acordo com a presidente da Associação de Funerárias.
A Sedes, por sua vez, afirmou que o valor de um caixão, pela tabela, varia de R$ 128 a R$ 424, dependendo do modelo, tamanho e resistência (pelo peso).
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