Com 1.365 novas mortes em 24 h, Brasil ultrapassa 110 mil óbitos por covid
O Brasil registrou 1.365 novas mortes pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte. É o dado diário mais alto desde 4 de agosto, quando foram confirmados mais 1.394 óbitos. Ao todo, o país registra 110.019 mortes decorrentes da covid-19 em cinco meses.
O número de casos acumulados subiu a 3.411.872 desde ontem à noite, com o acréscimo de 48.637 novos infectados pelas secretarias estaduais de Saúde.
Já a média móvel de mortes, que é calculada com base na quantidade de óbitos registrados nos últimos sete dias, aponta 989 mortes por dia no Brasil, resultado considerado estável em 14 dias (-4%).
Conforme o levantamento feito pelo consórcio, Amazonas, Distrito Federal e Minas Gerais foram os únicos estados a apresentar aceleração na média móvel de mortes pela doença na variação de 14 dias. Entre as regiões, todas do país indicaram estabilidade no período: Centro-Oeste (11%), Nordeste (-15%), Norte (-1%), Sudeste (0%) e Sul (-11%).
Veja a oscilação nos estados:
- Aceleração: AM, DF e MG
- Estabilidade: BA, DF, ES, GO, MS, PB, PE, PR, RN, RO, RS, SC, SP e TO
- Queda: AC, AL, AP, CE, MA, MT, PA, PI, RJ, RN, RR e SE
No mundo, apenas os Estados Unidos têm números piores que o Brasil, com mais de 171 mil mortes e quase 5,47 milhões de casos, de acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins.
Números da Saúde
Pelos números do Ministério da Saúde, foram registradas 1.352 novas mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, o maior balanço diário desde 5 de agosto (1.437).
Ao todo, o país tem 109.888 óbitos desde o início da pandemia. Já o número de infectados foi a 3.407.354, com 47.784 novos casos notificados de ontem para hoje.
O número de recuperados, por sua vez, chegou a 2.554.179. O Brasil ainda tem 772.540 pessoas em acompanhamento.
Nova vacina em estudo
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permitiu hoje que a farmacêutica Janssen-Cilag, da Bélgica, faça estudos clínicos do Brasil para o desenvolvimento de uma possível vacina contra covid-19. A empresa faz parte do grupo Johnson & Johnson.
Com a publicação no DOU (Diário Oficial da União), a expectativa é que a empresa inicie a fase 3 de testes em setembro. Os 7 mil voluntários brasileiros serão recrutados nos seguintes estados: Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Até o momento, não foram divulgados os resultados das fases 1 e 2.
Em entrevista à Globonews, o gerente de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, afirmou que a presença de voluntários em diversos estados representará um "esforço logístico maior" para o teste aprovado hoje.
"Geralmente, as pesquisas são centralizadas aqui em São Paulo, em Brasília ou no Rio de Janeiro. É a fase 3, onde um número maior de voluntários é exposto e se busca mesmo avaliar se [a candidata] tem eficácia. Metade dos voluntários vai tomar a vacina, metade vai tomar o placebo; no final, a gente compara os dois grupos para ver se a vacina funcionou", explicou.
Aulas descartadas em São Paulo
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou hoje que o retorno às aulas de reforço e uso de laboratórios e bibliotecas no município não acontecerá em setembro. A decisão vale para instituições de ensino públicas e particulares da capital.
Apesar da liberação do governo estadual para que algumas atividades possam retornar em setembro, uma vez que a capital preenche o requisito, a administração municipal diz acreditar que uma volta representaria um aumento no número de casos da covid-19 na cidade.
"A retomada das aulas neste momento significaria a ampliação do número de casos, a ampliação em consequência do número de internações e de óbitos na cidade de São Paulo. Razão pelo qual não teremos o retorno em setembro como o estado autorizou, com apenas 35% das salas funcionando. Isso não ocorrerá", disse o prefeito.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa e assim buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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