Investigado, padre Robson se afasta de associação e diz estar 'confiante'
Na mira de investigações por suspeitas de lavagem de dinheiro, o padre Robson de Oliveira anunciou ter pedido afastamento do comando das entidades presididas por ele ligadas à Afipe (Associação Filhos do Pai Eterno).
A associação arrecadava doações para a construção de uma nova basílica em Trindade (GO). O município, a 23 km de Goiânia, abriga a Basílica do Divino Pai Eterno, que é mantida pela Afipe e atrai milhares de fiéis. O padre Robson é reitor da Basílica.
O Ministério Público de Goiás investiga suspeitas de desvio de doações dos fiéis e a compra e venda de imóveis como casas, apartamentos e fazendas em diferentes estados.
Em vídeo postado em suas redes sociais, o padre Robson de Oliveira afirmou que todo o dinheiro arrecadado com doações foi utilizado em atividades religiosas e diz estar "sereno e confiante" de que tudo será esclarecido.
"Tudo está desde a primeira doação, e assim continua, na Afipe, e é utilizado para que nós levemos a nossa obra de evangelização aos fiéis ao mundo. Meu coração está sereno e confiante de que tudo será esclarecido o mais breve possível", disse.
"Eu sempre estive e continuo à disposição do Ministério Público. Por isso esse meu pedido de afastamento vai me permitir colaborar com as apurações da melhor forma e com total transparência para que seja confirmado que toda doação que fazemos ao pai eterno, terços rezados, o dinheiro doado, tempo, carinho, trabalho empregados na evangelização foi toda, repito, toda empregada na própria associação, a Afipe, em favor da evangelização", afirmou Oliveira.
Segundo o Ministério Público, as movimentações financeiras analisadas na investigação somam R$ 1,7 bilhão.
Segundo o promotor de Justiça Sebastião Marcos Martins, que coordenou a Operação Vendilhões, nem todo o valor movimentado é referente a atividades consideraras ilícitas. O valor total da fraude sob investigação ainda está sendo apurado, segundo o promotor.
A apuração tem como alvo a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), a Associação Filhos do Pai Eterno e Perpétuo Socorro e a Associação Pai Eterno e Perpétuo Socorro, todas presididas pelo padre Robson, segundo o MP.
O advogado da Afipe, Klaus Marques, afirmou à revista Época que todos os negócios da associação, como a compra e venda de imóveis, estão contabilizados e foram utilizados como investimentos para serem revertidos às próprias atividades religiosas da entidade.
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