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MP: Caneta espiã apreendida em investigação sobre padre Robson é periciada

Padre Robson de Oliveira é investigado por lavagem de dinheiro em Goiás - Reprodução/Facebook/Padre Robson de Oliveira
Padre Robson de Oliveira é investigado por lavagem de dinheiro em Goiás Imagem: Reprodução/Facebook/Padre Robson de Oliveira

Do UOL, em São Paulo

11/09/2020 08h29

O MP-GO (Ministério Público do Estado de Goiás) informou hoje que equipamentos apreendidos durante investigações Operação Vendilhões, que investiga o padre Robson de Oliveira por lavagem de dinheiro, passarão por perícia.

Entre eles estão documentos, telefones celulares e até uma caneta espiã, encontrada no alojamento do religioso.

Caneta espiã usada por padre Robson - Divulgação/Ministério Público do Estado de Goiás - Divulgação/Ministério Público do Estado de Goiás
Imagem: Divulgação/Ministério Público do Estado de Goiás

O MP de Goiás apura suspeitas de lavagem de dinheiro, desvio de doações dos fiéis e a compra e venda de imóveis como casas, apartamentos e fazendas em diferentes estados. Ele nega todas as acusações.

A juíza Placidina Pires, do Tribunal de Justiça de Goiás, afirmou, em decisão obtida pelo UOL, que as investigações indicam que o Padre Robson de Oliveira usava laranjas e empresas de fachada para esconder supostos desvios de doações dos fiéis para a construção da Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO).

Entenda o caso

Para o MP, desde 2013, o padre Robson de Oliveira Pereira investiu cerca de R$ 1,3 milhão em projetos que exploram possíveis jazidas de ouro e outros minérios no estado.

Segundo o órgão, o dinheiro gasto pelo padre é da Afipe (Associação Filhos do Pai Eterno), gerida por Robson até a última semana quando ele pediu afastamento dos cargos após ser alvo de investigações por suspeita de lavagem de dinheiro.

O MP ainda aponta que Celestina Celis Bueno, conselheira-fiscal da Afipe, foi a responsável pela liberação de mais de R$ 1 milhão da associação para o financiamento de atividades mineradoras.

A Afipe possui nove processos abertos que aguardam a concessão de exploração de ouro e níquel nas terras dos municípios de Iporá, Niquelândia, Iporá, Campestre de Goiás e Trindade, todas essas no estado goiano.

Além disso, a Afipe ainda abriu mais processos para explorar economicamente a mineração de quartzito, granito e argila, sendo responsável, ao todo, por 13 solicitações junto à ANM (Agência Nacional de Mineração) — do total, 9 processos buscam explorar ouro em uma região de 11,4 mil hectares.

Para ser um concessionário dos recursos minerais é necessário que, inicialmente, o interessado faça uma pesquisa da região a ser explorada. Nos casos dos pedidos da Afipe, 12 das 13 solicitações dependem ainda da entrega dos estudos. De acordo com a revista, nenhum dos pedidos da Afipe ainda foram liberados para a exploração com fins comerciais.