Arcebispo critica queimadas e pede que Brasil não se 'perca nas chamas'
O arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, condenou hoje as queimadas que devastam a Amazônia e, principalmente, o Pantanal. Ele pediu à Nossa Senhora que não deixe o Brasil se perder em chamas e atribuiu a responsabilidade pelo desmatamento à ação humana.
"Mãe Aparecida, não deixais que nosso Brasil se perca nas chamas. O Pai disse assim: 'Façam-se as árvores!'. E o Homem ganancioso disse: 'Cortemos as árvores!'", disse ele durante missa solene do Dia da Padroeira, no Santuário Nacional de Aparecida. "Faça-se a árvore, façam-se as águas, façam-se os pássaros, façam-se os peixes. É isso que é Aparecida!".
Dom Orlando Brandes também fez menção às famílias das mais de 150 mil mortes causadas pelo coronavírus no Brasil, marca alcançada no último sábado, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte. Antes do fim da missa, toda a igreja fez um minuto de silêncio em homenagem às vítimas.
"Abraçai, Maria, tantos que ainda choram, que estão traumatizados com os 150 mil mortos desta pandemia. É muito luto, é muita lágrima, a não ser que não vivamos no Brasil. É preciso sentir a dor desse povo, porque órfãos aumentaram, pessoas viúvas estão a sós. Quanta dor, irmãos", lamentou.
O arcebispo ainda pediu apoio e consolo aos mais de 13 milhões de desempregados e os 46 milhões de "invisíveis", como são chamados os brasileiros pobres que só foram "descobertos" pelo governo federal após o auxílio emergencial. "Pode isso? Eles são a pupila dos teus olhos, não podem ser os invisíveis da vida", defendeu, dirigindo-se à Nossa Senhora de Aparecida.
Pandemia reduziu público
Com lugares marcados por uma rosa vermelha e duas pessoas por banco, pouco mais de mil fiéis participaram da missa solene na Basílica de Aparecida. Consequência da pandemia do coronavírus, o esvaziamento equivale ao público recebido 46 anos atrás.
Na abertura da celebração, dez jovens com vestes brancas, usando protetor de face e com um terço estendido entre as mãos, simbolizaram os profissionais da área da saúde. A tradicional procissão trazendo a imagem de Nossa Senhora, que todos os anos oferece muito brilho e coreografias, neste ano teve apenas um simples andor carregado por quatro homens.
A aparição de políticos no local também foi tímida, apesar do ano eleitoral. Apenas o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, esteve entre as autoridades de destaque. Ele deixou a igreja logo após a celebração e saiu sem falar com a imprensa.
Com uma programação virtual, incentivando os romeiros a não vir para Aparecida, a igreja comemorou o resultado do baixo número de pessoas nas celebrações. "Estamos mais alegres com menos pessoas, esperando que isso termine, mas é muito bom que aqui volte a multidão do povo de Deus", afirmou Dom Orlando Brandes.
(Com Estadão Conteúdo)
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