Padre Robson: Afipe fará apuração para investigar doações
A Afipe (Associação Filhos do Pai Eterno) informou hoje que pediu uma apuração após reportagem do Fantástico mostrar que a cada dez doações, oito têm irregularidades confirmadas. A matéria, exibida no último domingo, aponta para doações suspeitas que somam mais de R$ 2 bilhões nas contas da Afipe.
De acordo com as informações do Fantástico, a Superintendência de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado de Goiás investiga um possível esquema de lavagem de dinheiro, organização criminosa e outros crimes envolvendo a Afipe, o padre Robson de Oliveira Pereira e pessoas ligadas a ele.
Foram identificadas compras de fazendas, avião e até uma casa na praia. Tudo pago com dinheiro das doações de fiéis, segundo a investigação.
"A partir dos dados apresentados no programa Fantástico de domingo, 25 de outubro, foi pedida apuração sobre dados referentes a doações milionárias de devotos", informou a Afipe em comunicado. A associação disse que uma auditoria externa, contratada no início de outubro, já está averiguando os atos da gestão anterior.
"Uma auditoria financeira externa e independente foi contratada e já está trabalhando, uma gestão profissional está sendo implantada e, em seguida o processo de compliance".
A Afipe ressaltou que "rechaça e combate todo e qualquer comportamento imoral, antiético ou criminoso". Há 47 dias, após início de uma investigação do Ministério Público do Estado de Goiás que indicou o envolvimento do padre Robson em esquema de lavagem de dinheiro, usando a conta da Afipe, a associação mudou de diretoria.
"A Nova Afipe assume o compromisso de acompanhar rigorosamente para não permitir que se repitam casos semelhantes. A nova diretoria tem um mandato de quatro anos para devolver a confiança ao devoto do Pai Eterno", informou a associação, que registrou uma queda de 80% nas doações de fiéis desde a investigação do MP-GO.
Investigação contra o padre Robson
O padre Robson é investigado na Operação Vendilhões deflagrada pelo MP-GO no dia 21 de agosto deste ano. Ele é suspeito de praticar lavagem de dinheiro e de crimes de apropriação indébita, organização criminosa, sonegação fiscal e falsidade ideológica.
A investigação indica que os crimes teriam sido cometidos através da Afipe, que é responsável pela Basílica de Trindade, onde o padre Robson era reitor. Com as acusações, a arquidiocese de Goiânia suspendeu o padre de realizar suas funções religiosas até janeiro de 2022. Neste mês, entretanto, o Tribunal de Justiça de Goiás arquivou a denúncia do Ministério Público contra o padre Robson.
A investigação do MP-GO teve início em 2017, quando o padre Robson informou que estava sofrendo extorsão e transferiu mais de R$ 2 milhões da conta da Afipe para os criminosos. Em 2019 a quadrilha foi condenada pela justiça, porém, os promotores estranharam o uso do dinheiro de fiéis para fins pessoais e começaram a investigar o padre.
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