Hospital que pegou fogo não tinha certificado de aprovação dos Bombeiros
O Corpo de Bombeiros informou que o Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte do Rio de Janeiro, que pegou fogo hoje, não possui certificado de aprovação. De acordo com o secretário de Defesa Civil, coronel Leandro Monteiro, a unidade já recebeu duas notificações e dois autos de infração.
"Eu já tinha conversado com o diretor do hospital. A unidade possui duas notificações e dois autos de infração junto à corporação. Mas é muito difícil, quase impossível nós interditarmos um hospital com 600 leitos em meio a uma crise sanitária", afirmou.
"O hospital não estava adequado, ele não possui o Certificado de Aprovação do Corpo de Bombeiros. O estado (do Rio de Janeiro) está em calamidade pública, situação da pandemia, é praticamente impossível interditar um hospital desse porte", completou o secretário de Defesa Civil.
O incêndio atingiu o prédio 1 do hospital na manhã de hoje. Ao todo 12 unidades do Corpo de Bombeiros se dirigiram para o local, com auxílio do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
O coordenador assistencial do hospital, Carlos César Assef, confirmou a morte de uma mulher de 42 anos, que estava em estado gravíssimo, durante a transferência. Segundo Leandro Monteiro, ela estava internada no hospital com o novo coronavírus e intubada.
Sistema elétrico com problemas
No fim do ano passado, a DPU (Defensoria Pública da União) alertou para o risco de incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso. No alerta, o defensor Daniel Machado relatou problemas em transformadores e no sistema elétrico da unidade.
Na ocasião, a direção da unidade informou que um plano de reestruturação seria colocado em prática em até 40 dias. O UOL questionou à direção sobre a implementação desse plano, mas até o momento não teve resposta.
Em entrevista para a CNN Brasil, Júlio Noronha, diretor do corpo clínico do hospital, disse que "do teor deste documento (da DPU), já tínhamos praticamente ideia desde 2005".
Júlio também afirmou que o Corpo de Bombeiros chegou a alertar que hospital estava situado "em cima de uma bomba, de um barril de pólvora", devido aos problemas na parte elétrica.
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