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Crivella libera volta às aulas, praias, self-service e esportes coletivos

Foto de 2 de outubro mostra banhistas na areia da praia de Ipanema antes da liberação oficial da prefeitura -  LUIZ GOMES/ESTADÃO CONTEÚDO
Foto de 2 de outubro mostra banhistas na areia da praia de Ipanema antes da liberação oficial da prefeitura Imagem: LUIZ GOMES/ESTADÃO CONTEÚDO

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio

03/11/2020 14h20Atualizada em 04/11/2020 16h43

O prefeito do Rio e candidato à reeleição, Marcelo Crivella (Republicanos), anunciou hoje uma série de medidas que reduzem restrições durante a pandemia do novo coronavírus. Foram anunciadas a volta às aulas nas redes pública e privada e a autorização para que banhistas permaneçam nas praias —até então, estava proibido ficar nas areias, apesar de isso já acontecer na prática.

As liberações acontecem a 12 dias do 1º turno das eleições em um momento em que Crivella aparece estagnado no 2º lugar das pesquisas, disputando com Martha Rocha (PDT) e Benedita da Silva (PT) uma vaga no 2º turno. Ambulantes poderão voltar a vender bebidas alcoólicas nas praias —o que na prática já ocorria. Também foi autorizada a reabertura de pistas de dança em bares e restaurantes, além do funcionamento de self-services e a permissão da prática de esportes individuais e coletivos em quadras e espaços públicos.

Publicadas no Diário Oficial do município, as medidas da chamada fase conservadora já estão em vigor. Além de a população poder ficar na areia das praias, foram autorizados o aluguel de cadeiras e guarda-sóis e o uso de barracas desde que mantido o distanciamento de 1,5m.

Nesta nova fase, foi anunciada também a volta às aulas de todas as séries das escolas e creches privadas. Antes, algumas unidades de ensino não estavam funcionando para determinadas séries, agora, de acordo com o novo decreto, todos os alunos da rede privada podem voltar a estudar.

Crivella divulgou ainda que estão autorizadas as pistas de dança em bares, restaurantes e em eventos sociais, como formaturas e casamentos. Apesar disso, o decreto diz que em casas de show e boates ainda é necessário realizar reserva e elas só poderão funcionar com dois terços da capacidade do local.

Com relação ao comércio, agora as lojas não têm mais restrição de horário.

Outra medida anunciada é que diminuiu de 2 m para 1,5 m a distância mínima entre mesas em lanchonetes, bares, quiosques, cafés, restaurantes, padarias e lojas de conveniência. Além disso, em salões de beleza, o cliente já pode ser atendido por mais de um profissional ao mesmo tempo.

Por outro lado, visitas hospitalares a pacientes internados nas unidades de saúde do município ainda estão proibidas. A fase conservadora liberou apenas a visita de profissionais de algumas categorias para atendimento em instituições de longa permanência para idosos, entre elas: fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo, odontólogo e pedólogo.

Nova etapa de flexibilização foi unânime

O prefeito explicou que a decisão de iniciar o período conservador, o último estágio de flexibilização previsto pela prefeitura, veio após o Comitê Científico votar, de forma unânime, a favor da nova fase. Segundo Crivella, devem continuar sendo cumpridos os protocolos sanitários e as regras de ouro, entre elas, disponibilizar álcool 70%, usar máscara e manter ambientes arejados.

Houve mudança também nos pontos turísticos da cidade. Agora, os locais poderão receber mais visitantes. O limite da capacidade passa a ser de 2/3 —antes era de 50%—, e a distância entre as pessoas caiu de 4 m² para 3 m². Essa regra dos 3 m² vale também para academias de ginástica.

Liberação acontece em meio à campanha de reeleição

Pela pesquisa do Ibope divulgada na última sexta-feira (30), Eduardo Paes (DEM) lidera as intenções de voto com 32%, contra Crivella e Martha Rocha empatados em segundo lugar, com 14% cada. Benedita da Silva (PT) surge empatada no limite da margem de erro, com 9%.

Na manhã de hoje, Crivella defendeu a flexibilização para a retomada da economia carioca, já que, segundo ele, na capital não aconteceram "as mortes previstas pelos especialistas da Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz]".

Em live ao lado do presidente Jair Bolsonaro, com as medidas tomadas e equipamentos comprados para enfrentar a pandemia no Rio, o número de mortes por contaminação pelo novo coronavírus ficou abaixo da projeção de 3% da população feita pela Fiocruz.

Crivella calculou o número de óbitos em cerca de 10 mil, segundo ele, quase 20 vezes menos do que previram os especialistas. "Agora precisamos retomar a economia, já que as curvas todas, há meses, estão descendentes", disse.

Até a última sexta, a capital registrava 12.119 mortes em decorrência da covid-19 —com taxa de mortalidade superior à cidade de São Paulo.