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Família encontra 41 escorpiões dentro de casa, em Brasília

Uma das moradoras de casa em Brasília acabou picada por escorpião filhote; Jovem passa bem  - Reprodução/GShow
Uma das moradoras de casa em Brasília acabou picada por escorpião filhote; Jovem passa bem Imagem: Reprodução/GShow

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/11/2020 11h32Atualizada em 06/11/2020 11h34

Uma família encontrou 41 escorpiões dentro de casa ao longo de apenas duas semanas.

Lara Rodrigues, uma das moradoras da residência na região central de Brasília, contou detalhes da história no "Encontro" da manhã de hoje. Ela foi a única parente que acabou sendo picada por um dos animais, quando estava deitada em seu quarto.

Segundo a jovem, as 5 pessoas e 4 animais de estimação que moravam no local tiveram que deixar a casa depois da proliferação inesperada dos escorpiões.

"Nos últimos 20 dias foi piorando, foi aparecendo. A gente achava 5 em um dia, em outro 4, só que aí teve um dia, que foi no final de semana passado, que só no sábado a gente achou 20 de uma vez. E aí de lá pra cá completou esses 41 escorpiões em 1 semana", contou Lara a apresentadora Fernanda Gentil.

"A gente teve que deixar a casa. A gente evacuou, teve que chamar a dedetização, a gente teve que chamar particular mesmo, e o serviço de limpeza pra gente poder voltar pra casa todo mundo em segurança, né", detalhou a moradora.

Questionada por Gentil, a jovem contou que "99%" dos escorpiões foram encontrados pela família ainda vivos. Agora, ela se recupera após ter sido picada por um deles, ainda filhote.

"Eu tô bem, ainda tô sentindo algumas coisas mas tô bem já. Eu não sei se é do veneno ou foi das medicações, mas eu fiquei bem sonolenta, ainda tô bem inchada, com muita coceira no corpo, com o corpo cheio de bolinhas. Então não sei muito bem se foi do veneno, das medicações, ou até do emocional, mas ainda tô me sentindo um pouco com mal-estar", contou.

Lara disse que a família já tinha inutilizado parte da casa, nos cômodos em que os escorpiões mais apareciam, mas que a ação não foi suficiente para evitar o acidente.

"A gente já tinha evacuado a parte de trás da casa, justamente porque era o lugar onde tava aparecendo mais e onde ficava meu quarto, e eu fui dormir em um quarto da frente, mas mesmo assim não evitou, quando eu deitei e me estiquei pra dormir, aí eu senti a picada na minha coxa, na parte de trás da coxa, aí já foi o grito, muita dor na hora", lembrou ela.

Logo após a picada, a jovem já não conseguia mais se mexer direito. O bicho foi morto por sua namorada. Depois, pesquisando, a família descobriu que o escorpião era um filhote, mais perigoso por depositar todo seu veneno em apenas uma picada.

"Eu senti muita dor, era uma dor assim absurda, e ardia e irradiava um pouco assim pela perna a dor, e eu não conseguia me mexer direito e só chorava. Então, assim, era uma dor muito intensa. Eu tava com a minha companheira e aí na hora ela já começou a sacudir os panos e achou, jogou ele, e matou pra não correr nenhum risco mais", detalhou.

Vinicius Ferreira, biólogo convidado pelo programa matinal, descreveu quais os ambientes preferidos dos escorpiões, bastante semelhantes ao cenário atual em Brasília.

"Eles curtem muito ambientes quentes e úmidos, tanto que é muito comum a gente encontrar esses bichos entocados embaixo de telha, ou dentro de sapatos, em construção de obras e tudo mais", afirmou.

Ele ainda destacou que os escorpiões se reproduzem mais em ambientes onde possam encontrar artrópodes, seu principal alimento.

"Eles não são sujos mas eles são predadores né, então lixo, por exemplo, é uma coisa que atrai muitos artrópodes, principalmente baratas, e as baratas fazem muita parte dessa alimentação dos escorpiões. Então não é que eles são sujos, mas eles curtem muito esses ambientes", explicou.

Lara frisou que apesar da família e seus vizinhos manterem suas casas sempre limpas, os bueiros de sua rua eram redutos de baratas, condenando a falta de cuidado da gestão pública.

"Dentro de casa a gente encontrava pouquíssimas baratas, e aí que entra essa questão de que não é só o trabalho individual, porque todos os vizinhos cuidavam muito, mas aí quando a gente abria os bueiros tinha infestação de barata, falta ajuda das autoridades", afirmou.