Delegado diz que assalto em Criciúma (SC) vinha sendo planejado há meses
O delegado Anselmo Cruz disse que o assalto a banco que levou pânico aos moradores de Criciúma (SC) na madrugada de hoje foi planejado com meses de antecedência. O agente da Polícia Civil, responsável pelas investigações da ação criminosa, comparou o planejamento com o assalto realizado no aeroporto de Blumenau (SC) no ano passado, quando quase R$ 10 milhões foram roubados.
"Já temos absoluta certeza que se trata de uma ação planejada com vários meses de antecedência. No aeroporto de Blumenau começou a ser trabalhado nove meses antes, e é um crime de menores proporções", afirmou Cruz comparando os dois assaltos.
"Ela foi feita com muito planejamento, muito preparo e inclusive investimento dos criminosos por conta dessa logística toda que eles utilizaram", acrescentou o policial civil durante entrevista coletiva realizada na Prefeitura de Criciúma.
Na ação, os criminosos entraram na cidade no início da madrugada com pelo menos dez carros e levaram terror à população com rajadas de tiros que duraram por mais de duas horas. Os bandidos também armaram barricadas com os veículos e espalharam pelo menos quatro artefatos explosivos pela região central de Criciúma, além de fazer funcionários da prefeitura local como reféns.
"Nos remete a grupos de fora do estado. Pode ter até algum integrante do estado, mas sabemos que esse tipo de ação é provavelmente de São Paulo, não de facções, não há indícios, mas de indivíduos que são assaltantes e que são responsáveis pelas ações mais violentas do país nos últimos meses", explicou o delegado.
Governador surpreso
O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), também participou da coletiva e admitiu surpresa pela ação violenta, já que as forças de segurança estaduais não tinham qualquer indício de que o assalto pudesse acontecer na região.
"Nos surpreende, já que nem na esfera estadual nem federal tínhamos indício de qualquer ação assim", afirmou Moisés. "Os números de Santa Catarina não combinam com essa ação marginal. Nós diminuímos em 54% esse tipo de ação violenta contra instituições financeiras", completou o governador.
Assim como o delegado responsável pelas investigações, Moisés disse acreditar que o crime foi praticado por bandidos que atuam fora do estado. O governador se mantém confiante na resolução do caso, comparando a investigação com a do assalto no aeroporto de Blumenau.
"Temos um histórico de investigação sobre esse tipo de atuação com sucesso na resolução. Tivemos em Blumenau, no aeroporto, um episódio semelhante, que está sendo desvendando pela Polícia Civil. E isso é a nossa esperança, que o Estado dê a resposta necessária", afirmou.
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