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PF investiga se PCC participou de assalto em Criciúma (SC)

Leonardo Martins e Luís Adorno

Colaboração para o UOL, em São Paulo, e do UOL, em São Paulo

01/12/2020 10h04

A Polícia Federal está investigando se o assalto a duas agências do Banco do Brasil no centro de Criciúma, em Santa Catarina, teve participação de membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

A principal suspeita das autoridades é que integrantes do grupo teriam participado, mas que a ação não teria sido financiada pela facção. As informações foram confirmadas pelo UOL com fontes da PF.

O assalto a banco aconteceu nos moldes de outros ataques da facção. Além de roubarem o dinheiro, criminosos provocaram cenas de guerra durante a madrugada, com direito a rajadas de tiros, barricadas com carros, explosivos, reféns como escudo e troca de tiros com policiais.

Segundo a polícia, os reféns foram soltos. Os bandidos fugiram e, até o começo da manhã, nenhum criminoso foi preso. Quatro pessoas foram presas em flagrante suspeitas de furtarem R$ 810 mil abandonados nas ruas pela quadrilha. Segundo a polícia, a princípio, eles não teriam ligação com o bando.

Dez a 12 veículos foram usados na fuga e abandonados mais tarde na cidade de Nova Veneza (SC), a cerca de 18 km de Criciúma, em uma plantação de milho.

Em entrevista à GloboNews, o delegado titular da Delegacia Regional de Criciúma, Vitor Bianco Junior, afirmou que foram encontradas placas de São Paulo no interior de alguns veículos.

Segundo ele, a polícia suspeita que a quadrilha que praticou o roubo seja de fora do estado de Santa Catarina. Questionado se ação poderia ter sido praticada por membros do PCC, o delegado disse que ainda não é possível apontar qual grupo estaria por trás da ação.

"Não dá para dizer qual facção estaria envolvida. É um tipo de ação a qual nossa região não está habituada", declarou. "Tudo indica que é uma quadrilha bastante organizada, com grande poder de fogo."

Explosivos usados para um assalto durante a madrugada, em Criciúma (SP) - CAIO MARCELLO/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO - CAIO MARCELLO/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO
01.dez.2020 - Explosivos usados para um assalto durante a madrugada, em Criciúma (SP). Criminosos invadiram uma agência bancária e trocaram tiros com policiais na rua
Imagem: CAIO MARCELLO/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

Setor que investiga o PCC há mais de uma década, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público do Estado de São Paulo, por ora, não está investigando o caso. As apurações devem ficar sob responsabilidade do Gaeco de Santa Catarina. A reportagem entrou em contato com o órgão e aguarda retorno.

30 a 50 bandidos, 10 a 12 veículos de fuga

A ação começou por volta da meia-noite e terminou às 3h da madrugada. A polícia informou que ao menos 30 bandidos participaram da ação, mas de acordo com o prefeito Clésio Salvaro (PSDB), esse número pode chegar a 50.

"Foi uma ação extremamente violenta. Por volta de meia-noite, 30 criminosos fizeram um assalto com explosivos, confrontando policiais em diversos pontos, atingindo diversos imóveis", afirmou Anselmo Cruz, delegado titular da delegacia antirroubos e antissequestro da Polícia Civil de SC.

Ainda não se sabe o montante total roubado pelos criminosos.

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