AM: Operação desarticula grupo acusado de fraudar R$ 30 milhões em impostos
Uma operação policial deflagrada na manhã de hoje em Manaus e no interior do Amazonas desarticulou uma organização criminosa acusada de fraudar mais de R$ 30 milhões em impostos. Foram cumpridos 83 mandados de busca e apreensão em ação conjunta das polícias civil e militar, do Detran-AM (Departamento Estadual de Trânsito) e coordenação da SSP-AM (Secretaria de Segurança Pública do Amazonas).
Batizada "Sanguessuga", a operação prendeu 26 pessoas — uma delas em flagrante por tráfico de drogas. Foram apreendidos R$ 100 mil em espécie, 1 mil dólares (cerca de R$ 5,2 mil), 16 veículos, duas armas de fogo, cinco simulacros, 2,5 quilos de entorpecentes, 700 doses de LSD, e mais de 30 computadores e documentos.
Foram mobilizados mais de 300 agentes das forças de segurança e expedidos mandados de prisões temporárias, que podem ser convertidas em preventivas.
De acordo com investigações da Polícia Civil, havia um esquema de sonegação de tributos estaduais e federais, que fraudou em torno de R$ 30 milhões em impostos como ICMS, IPI e lucro cessante do IPVA.
O grupo fraudava a emissão de certificados de veículos que deveriam circular exclusivamente na Zona Franca de Manaus, mas sem deixar o recolhimento de tributos para o estado. Depois, os veículos eram revendidos a preços inferiores para outros estados, como Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
"A investigação comprovou que o esquema conseguia também emitir segundas vias de documentos CRV (Certificado de Registro de Veículo) a fim de 'esquentar' veículos roubados e clonados, ou seja, eles clandestinamente auxiliavam quadrilhas que roubavam e clonavam veículos com a emissão de documentos para esses veículos trafegarem livremente", afirmou o delegado Cícero Túlio, titular da Derfv (Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos).
Os alvos da operação incluem 16 despachantes documentalistas e um vistoriador, além de sete servidores, um ex-servidor, um estagiário e três ex-estagiários do Detran-AM. Os funcionários do órgão recebiam propina mensal de R$ 5 mil para participar do esquema.
Os acusados vão responder por: associação criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, tráfico de influência, inserção de dados falsos em sistema de informação e crimes contra a ordem tributária.
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