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Família de primas mortas no Rio quer processar estado 'por justiça'

Emily Victória Silva dos Santos, 4, e Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, 7, brincavam no portão de casa quando foram baleadas - Arquivo Pessoal
Emily Victória Silva dos Santos, 4, e Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, 7, brincavam no portão de casa quando foram baleadas Imagem: Arquivo Pessoal

Do UOL, em São Paulo

07/12/2020 12h40

A família das primas Emily Victória Silva dos Santos, de 4 anos, e Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, de 7 anos, disse que pretende processar o estado do Rio de Janeiro "não por dinheiro, mas por justiça". As meninas foram mortas a tiros na noite de sexta-feira (4) quando brincavam no portão de casa na comunidade do Barro Vermelho, em Gramacho, Duque de Caxias, Região Metropolitana do Rio.

"Queremos processar o estado não por dinheiro, mas por justiça", disse Maycon Douglas Moreira Santos, pai de Rebecca e primo de Emilly, em entrevista ao jornal Extra.

As meninas foram sepultadas no sábado em Duque de Caxias e ontem houve uma manifestação pedindo justiça na cidade, na Praça do Pacificador.

Segundo os moradores da comunidade, policiais militares tentaram abordar duas pessoas que estavam em uma motocicleta e houve pelo menos três disparos. A PM disse em nota que os agentes estavam em patrulhamento quando ouviram disparos e foram até o local para checar o ocorrido. A corporação afirma que não houve disparos por parte dos policiais militares.

A família das meninas reclama que até agora as autoridades não deram nenhum suporte. O pai de Emily, Alexsandro dos Santos, também pediu justiça, apontando o policial que estava na rua no momento dos tiros como autor dos disparos.

"Que esse policial possa pagar diante da justiça dos homens e da justiça de Deus. Não desejo que ele passe pela dor que estou passando. Não aceitaria o seu pedido de perdão... Isso não vai trazer a minha caçulinha de volta, mas não quero mal para a sua família", disse Alexsandro.

Segundo a plataforma Fogo Cruzado, com a morte das primas, já são oito crianças que morreram baleadas na Grande Rio em 2020. No total, 22 crianças foram atingidas por tiros na Região Metropolitana.

Armas apreendidas

Em entrevista à TV Globo, a porta-voz da Polícia Militar do Rio, Gabryela Dantas, confirmou hoje que as armas dos policiais envolvidos na ocorrência foram apreendidas e serão periciadas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. Ela também informou que os agentes prestaram depoimento de forma espontânea.

Segundo Gabriela, é "leviano" apontar os policiais como responsáveis pela morte das primas. A porta-voz alega que não havia operação policial na comunidade e que a PM foi acionada por conta de um furto de veículo. Ela afirma que os agentes saíram do local antes dos disparos, que ainda foram ouvidos por eles.

"Seria leviano levantar qualquer suspeita de que a morte das meninas tivesse alguma relação com o deslocamento destes policiais", afirmou Gabryela.