Topo

Esse conteúdo é antigo

Prefeitura do Rio proíbe estacionamento na orla, mas praia segue liberada

Estacionamento na orla será proibido nos finais de semana e feriados - DANIEL RESENDE/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Estacionamento na orla será proibido nos finais de semana e feriados Imagem: DANIEL RESENDE/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro*

10/12/2020 21h01

A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou hoje novas medidas para conter o avanço da covid-19. As alterações atingem os horários de funcionamento do comércio, da indústria e dos serviços, a proibição de estacionamento na orla nos finais de semana e feriados, e do uso de áreas comuns de lazer em condomínios como saunas e piscinas.

As mudanças foram discutidas em uma reunião realizada ontem entre o prefeito Marcelo Crivella, o governador em exercício Cláudio Castro e os secretários de Saúde municipal e estadual, no Palácio Guanabara, sede do governo do Estado.

Apesar das restrições ao estacionamento na orla nos finais de semana e feriados, as praias continuam liberadas.

De acordo com o município, serão adotadas as seguintes medidas:

  • Mudança no início dos horários de funcionamento da indústria (a partir das 7h), dos serviços (a partir das 9h) e do comércio (a partir das 11h) para evitar aglomeração nos transportes públicos.
  • Proibição de estacionamento na orla nos fins de semana e feriados
  • Cancelamento das áreas de lazer nas orlas de Copacabana, Ipanema e Leblon e no Aterro do Flamengo aos domingos e feriados (as pistas, portanto, não serão fechadas ao trânsito de veículos)
  • Proibição do uso de áreas comuns de lazer em condomínios, onde não são usadas máscaras, como saunas e piscinas
  • Permissão para shoppings e centros comerciais ficarem abertos 24 horas, para evitar aglomerações nos meios de transporte - esta última medida já havia sido anunciada na semana passada.

Ainda segundo a Prefeitura do Rio, os ambulantes legais que atuam na orla receberão cestas básicas enquanto durarem as novas medidas. A administração municipal informou que o conjunto de anúncios tem o objetivo de proteger a população de situações de risco de contaminação pela covid-19, mas sem interferir na cadeia produtiva e sem causar danos à economia.

Tanto o prefeito quanto o governador voltaram a demonstrar preocupação com aglomerações e pediram que a população evite se expor a riscos desnecessários, use máscara e mantenha higiene cuidadosa das mãos.

Casos de covid seguem aumentando

A Secretaria Estadual de Saúde divulgou mais um boletim do número de casos e mortes no Rio de Janeiro. De ontem para hoje, mais 1.467 pessoas foram diagnosticadas com a doença, além disso, foram confirmadas 72 mortes pelo coronavírus. Até hoje, em todo o estado, são 381.644 casos confirmados e 23.546 óbitos pela covid-19.

De acordo com nota técnica de pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o aumento de casos no estado "já está provocando grande estresse no sistema de assistência à saúde".

Segundo o documento, é "urgente que as autoridades governamentais implementem ações para o enfrentamento desse novo aumento de casos de Covid-19", incluindo o fechamento das praias, proibição de eventos presenciais e uma possível decretação de lockdown.

"As evidências mostram que é preciso adotar uma restrição de circulação e aglomerações, mas só isso não basta. Se não houver fiscalização em areia, quiosques e bares, são medidas tímidas frente à velocidade e consistência de casos", disse a pesquisadora da UFRJ Chrystina Barros, afirmando que um estudo da universidade apontou que hoje cada 100 pessoas contaminadas transmitem a doença para outras 133.

Também hoje, o secretário de Saúde do Rio, Carlos Alberto Chaves, disse que o estado deve começar a vacinar a população a partir de janeiro e usar a vacina da Oxford/AstraZeneca, que está sendo desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A primeira fase deve reunir grupos prioritários como idosos, profissionais da saúde e da segurança, quilombolas, indígenas e outros.

* Com informações da Reuters